Investing.com - O Tesouro Nacional decidiu suspender definitivamente as operações de compras e vendas de títulos públicos pelo Tesouro Direto após duas longas interrupções ao londo da sessão. A expectativa é de retomar as negociações somente às 9h30 de sexta-feira, retorno do feriado.
Ontem, o Tesouro Direto também passou por duas suspensões nas vendas de títulos, uma na parte da manhã e a segunda na parte da tarde. A decisão é tomada toda vez que as taxas os papéis flutuam muito e tem como principal objetivo a estabilização da volatilidade, aguardando um tempo até a retomada das negociações.
A volatilidade nas taxas ofertadas tem provocado seguidas suspensões do Tesouro Direto nas últimas semanas, provocado pelo caos político e econômico da greve dos caminhoneiros e também a flutuação dos títulos do Tesouro nos Estados Unidos. Os papéis americanos, com data de 10 anos, operam com alta de 3,27% a 2,859%. Na parte da manhã, a valorização era de 2,68% a 2,844%.
Os papéis indexados ao IPCA, com data de vencimento em 2024, rendiam 5,45% ao investidor, contra 5,24% na parte da manhã, enquanto os papéis mais longos, com vencimento em 2045, o rendimento era de 5,79%, contra 5,60% pela manhã. Já os com pagamento semestral de juros, a taxa era de 5,47% para 2026 e de 5,75% para 2050, contra 5,28% e 5,60% de mais cedo.
Já os prefixados, com data de vencimento em 2021, o rendimento era de 8,94% antes da suspensão, de 11,34% para 2025 e de 11,65% nos de 2029, com pagamento de juros semestrais.
Nos contratos futuros, o juro para janeiro de 2019 passou de 6,78% para 6,84% ao ano, com apostas de algumas casas de que a Selic pode voltar a subir ainda este ano, e não apenas no ano que vem, como a maioria do mercado espera. Os juros mais longos, porém, foram os que sofreram mais, com o contrato para janeiro de 2025 passando de 11,25% ao ano para 11,65% ao ano.
Juro nos níveis pré-impeachment e Selic de 7% este ano
Segundo o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito, o cenário base para 2018 assumia que os juros longos prefixados iriam subir na esteira dos ajustes no preço dos ativos à medida que o mercado percebesse que a viabilidade da continuidade das reformas estaria ameaçada e também por conta da perspectiva de que um candidato de centro-esquerda tenha mais chance que um pró-mercado. Mas, segundo ele, os juros longos já atingiram “nosso ‘preço alvo’ e chega nos patamares, pelo menos na parte mais longa, ao patamar pré-impeachment”, de Dilma Rousseff. “Acreditávamos que isso ocorreria apenas no final do ano após as eleições, mas pelo visto o mercado já vai ajustar todos os preços”, diz em relatório.
Perfeito diz que mudou ontem sua projeção para a taxa básica Selic para um aumento já na reunião de outubro levando a taxa dos atuais 6,5% ao ano para 7%.
Com Arena do Pavini