Após balanço ruim, os fundamentos da Weg (WEGE3) continuam bons para compra?
Investing.com – Os principais índices futuros das ações dos EUA operam em leve alta nesta terça-feira, após uma sessão de volatilidade, com investidores atentos a uma bateria de balanços e indicadores econômicos.
Segundo o Wall Street Journal, o presidente Donald Trump deve suavizar tarifas sobre o setor automotivo.
No mercado de commodities, o ouro recua diante da expectativa de moderação na postura comercial da Casa Branca.
No Brasil, dados de inflação em foco.
1. Futuros dos EUA em alta
Os índices futuros de Nova York avançavam levemente nesta manhã, enquanto investidores se preparavam para resultados trimestrais e novos dados econômicos.
Às 7h30 de Brasília, o Dow Jones subia 143 pontos (0,35%), o do S&P 500 avançava 0,4 pontos (0,02%) e o do Nasdaq 100 ganhava 24 pontos (0,12%) no mercado futuro.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Na segunda-feira, o Dow Jones e o S&P 500 encerraram em alta modesta, enquanto o Nasdaq recuou 0,1%, pressionado pelas ações da Nvidia (NASDAQ:NVDA), após notícias de que a Huawei testaria novos chips de IA que poderiam substituir parte das soluções da empresa norte-americana.
O mercado monitora de perto os balanços de gigantes de tecnologia como Apple (NASDAQ:AAPL), Meta Platforms (NASDAQ:META), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Amazon (NASDAQ:AMZN), em meio a incertezas sobre os rumos da política tarifária de Trump. Diversas empresas já indicaram que as tarifas impactaram seus planos de investimento.
Mais de 180 empresas do S&P 500 divulgarão resultados esta semana. Entre os destaques desta terça-feira, antes da abertura, estão Coca-Cola, Pfizer (NYSE:PFE) e Spotify (NYSE:SPOT). Após o fechamento, divulgam Visa, Starbucks (NASDAQ:SBUX) e Mondelez.
Os investidores focarão nas projeções futuras, já que muitas companhias cortaram ou suspenderam suas previsões devido às incertezas comerciais. Segundo dados da LSEG citados pela Reuters, os lucros do S&P 500 devem ter crescido 10,9% no primeiro trimestre ante o ano anterior.
2. Trump deve aliviar tarifas automotivas
Trump planeja amenizar o efeito de suas tarifas sobre veículos, evitando que impostos aplicados a carros importados se acumulem com as tarifas mais amplas já impostas, segundo o Wall Street Journal.
O jornal informa ainda que tarifas sobre componentes importados utilizados na produção de veículos nos EUA também serão reduzidas. As mudanças permitirão, por exemplo, que montadoras solicitem reembolso de tarifas já pagas, desde que apoiem as políticas de estímulo à produção local.
O anúncio oficial é esperado antes de um comício em Detroit nesta terça-feira. Analistas alertam que, apesar das concessões, o setor automotivo continuará enfrentando tarifas relativamente elevadas.
Reações adicionais podem surgir após a divulgação do balanço da General Motors (NYSE:GM), previsto para antes da abertura. A CEO da empresa, Mary Barra, afirmou ao WSJ que as conversas com Trump foram "produtivas", enquanto a Ford (NYSE:F) expressou apoio às medidas.
3. Dados econômicos no radar: JOLTS e confiança do consumidor
Além dos balanços, serão divulgados indicadores relevantes para avaliar os efeitos das políticas de Trump. O destaque será o relatório JOLTS, que mede a demanda por empregos nos EUA. Queda acentuada nesse índice pode pressionar o dólar e aumentar expectativas de desemprego, segundo analistas do ING.
O índice de confiança do consumidor do Conference Board também será divulgado. Já na quarta-feira, será conhecida a primeira leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre, com projeção de crescimento de apenas 0,4%, desacelerando frente aos 2,4% do quarto trimestre.
4. Ouro recua com notícias sobre tarifas
Os preços do ouro operam em baixa após o Wall Street Journal relatar a possível flexibilização das tarifas automotivas.
Em entrevista à CNBC, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que vários países apresentaram propostas tarifárias "muito boas" aos EUA e reforçou que Washington mantém contato com Pequim, embora pressione a China para reduzir as tensões.
Investidores aguardam também a divulgação de dados importantes, como o índice de preços PCE — medida preferida do Federal Reserve para inflação.
No mercado de energia, o petróleo também recuava, refletindo preocupações com o cenário econômico global e expectativas de aumento na oferta.
5. Inflação no Brasil
O mercado local deve repercutir pela manhã a divulgação do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) para o mês de abril pela Fundação Getulio Vargas, indicador de inflação mais sensível ao câmbio e aos preços no atacado, razão pela qual é utilizado em reajustes de grande parte de contratos de aluguel e tarifas públicas.
Em março, o IGP-M recuou 0,34%, após alta de 1,06% em fevereiro, puxado pela queda de 3,64% nos preços do minério de ferro no atacado, em meio a preocupações com a guerra comercial, segundo a FGV.
O recuo foi mais intenso que a expectativa de -0,17%, levando o indicador a acumular alta de 8,58% em 12 meses.
CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com
Os ativos brasileiros tiveram mais um pregão positivo ontem, com o Ibovespa avançando levemente, apoiado por ações de bancos. O principal índice de ações brasileiro fechou o dia um pouco abaixo dos 135 mil pontos. Já o dólar caiu pelo sétimo dia seguido, cotado a R$ 5,6485, acompanhando o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior.
Em evento realizado em São Paulo na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o crescimento econômico brasileiro pode ser sustentado por maior participação dos investimentos privados e do consumo das famílias, reduzindo a dependência de estímulos fiscais.
Já o presidente do banco central, Gabriel Galípolo, destacou a preocupação da instituição com as expectativas de inflação ainda desancoradas e afirmou que o BC precisa reunir evidências mais claras da convergência inflacionária, antes de considerar ajustes na política monetária.
A temporada de balanços do 1º tri ganhará intensidade hoje, com os números trimestrais de empresas como Neoenergia (BVMF:NEOE3), ISA Energia (BVMF:ISAE4), Marcopolo (BVMF:POMO4), Iguatemi (BVMF:IGTI11) e Log ON (BVMF:LOGG3).