Trump diz que EUA venderão "muita" carne bovina para a Austrália

Publicado 25.07.2025, 08:01
Atualizado 25.07.2025, 08:06
© Reuters. Carne à venda em mercado em Washingtonn14/08/2024 REUTERS/Kaylee Greenlee Beal

Por Kanishka Singh e Peter Hobson

WASHINGTON/CAMBERRA (Reuters) - Os Estados Unidos venderão "muita" carne bovina para a Austrália, disse o presidente dos EUA, Donald Trump, na quinta-feira, depois que Camberra relaxou as restrições de importação, acrescentando que outros países que recusaram produtos de carne bovina dos EUA estavam avisados.

Na quinta-feira, a Austrália disse que flexibilizaria as regras de biossegurança para a carne bovina dos EUA, algo que os analistas previram que não aumentaria significativamente os embarques dos EUA porque a Austrália é um grande produtor e exportador de carne bovina, cujos preços são muito mais baixos.

"Vamos vender muito para a Austrália porque essa é uma prova inegável e irrefutável de que a carne bovina dos EUA é a melhor e mais segura do mundo", disse Trump em uma publicação no Truth Social.

"Os outros países que recusam nossa magnífica carne bovina estão AVISADOS", continuou a postagem.

Trump tentou renegociar acordos comerciais com vários países que, segundo ele, tiraram vantagem dos Estados Unidos -- uma caracterização que muitos economistas contestam.

"Durante décadas, a Austrália impôs barreiras injustificadas à carne bovina dos EUA", disse o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, em um comunicado, chamando a decisão da Austrália de "marco importante na redução das barreiras comerciais e na garantia de acesso ao mercado para os agricultores e pecuaristas dos EUA".

A Austrália não é um importador significativo de carne bovina, mas os Estados Unidos são, e uma queda na produção está forçando o país a aumentar as compras.

No ano passado, a Austrália embarcou quase 400.000 toneladas métricas de carne bovina no valor de US$2,9 bilhões para os Estados Unidos, com apenas 269 toneladas de produto norte-americano indo para o outro lado.

As autoridades australianas afirmam que o relaxamento das restrições não faz parte de nenhuma negociação comercial, mas é o resultado de uma avaliação de anos das práticas de biossegurança dos EUA.

Camberra restringiu as importações de carne bovina dos EUA desde 2003 devido a preocupações com a encefalopatia espongiforme bovina (BSE), ou doença da vaca louca. Desde 2019, tem permitido a entrada de carne de animais nascidos, criados e abatidos nos EUA, mas poucos fornecedores conseguiram provar que seu gado não esteve no Canadá e no México.

Na quarta-feira, o Ministério da Agricultura da Austrália disse que os sistemas de rastreabilidade e controle de gado dos EUA melhoraram o suficiente para que a Austrália pudesse aceitar carne bovina de gado nascido no Canadá ou no México e abatido nos Estados Unidos.

A decisão causou certa preocupação na Austrália, onde a biossegurança é vista como essencial para evitar que doenças e pragas devastem o setor agrícola.

"Precisamos saber se (o governo) está sacrificando nossos altos padrões de biossegurança apenas para que o primeiro-ministro Anthony Albanese possa obter uma reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump", David Littleproud, integrante da oposição ao governo Albanese que acompanha os assuntos relacionados ao Ministério da Agricultura.

A Austrália, que importa mais dos EUA do que exporta, enfrenta uma tarifa geral de 10% dos EUA, bem como tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio. Trump também ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre produtos farmacêuticos.

Perguntado se a mudança ajudaria a fechar um acordo comercial, o ministro do Comércio da Austrália, Don Farrell, disse: "Não tenho muita certeza".

"Não fizemos isso para atrair os americanos para um acordo comercial", disse ele.

(Reportagem de Kanishka Singh, Ismail Shakil e Peter Hobson)

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