Trump pode evitar uma segunda guerra fria? Especialista analisa

Publicado 18.07.2025, 12:34
© Reuters

Investing.com - O retorno de Donald Trump à Casa Branca levanta novas questões sobre se os EUA podem evitar uma renovada Guerra Fria com China e Rússia. Enquanto alguns analistas rejeitam a analogia, a BCA Research argumenta que a comparação continua útil, mesmo que imperfeita.

"A analogia da ’Guerra Fria’ para a rivalidade EUA-China não é perfeita, mas não deve ser descartada de imediato", disse Matt Gertken, estrategista-chefe geopolítico da BCA. O relatório foi coescrito com o historiador Jeremy Black.

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Embora o contexto geopolítico atual difira significativamente do período pós-Segunda Guerra Mundial, vários fatores espelham a dinâmica da Guerra Fria: crescentes acumulações militares, desacoplamento econômico e ideologias concorrentes.

Uma distinção fundamental é que China e EUA permanecem economicamente interligados, diferentemente da relação EUA-União Soviética, que era amplamente desconectada. No entanto, Gertken observa que "as inter-relações entre os EUA e a China (e Europa e Rússia) estão diminuindo à medida que as tensões estratégicas aumentam."

A crescente separação está sendo impulsionada por mudanças ideológicas e econômicas. "O retorno da China à economia estatista tem sido a característica crítica do governo de Xi Jinping desde 2012 e o principal gatilho das tensões EUA-China."

O relatório da BCA destaca que a analogia da Guerra Fria tem utilidade política em todos os lados. Na China e na Rússia, ajuda a sustentar a legitimidade do regime em meio ao crescimento desacelerado.

Nos EUA, reforça o apoio bipartidário à política industrial, gastos militares e revisões da cadeia de suprimentos. "Ambos os partidos políticos americanos podem continuar a recorrer a esse argumento", diz Gertken, observando que o enquadramento da Guerra Fria também pode auxiliar os esforços de integração europeia.

Ainda assim, a analogia da Guerra Fria ressoa menos na Europa Ocidental e América do Norte do que em lugares como Ucrânia, Polônia ou os estados bálticos. É ainda mais fraca em grande parte do que anteriormente era chamado de "Mundo Não-Alinhado", onde os EUA eram frequentemente vistos como "o aliado das forças coloniais ou herdeiro do manto imperialista", observa Gertken.

"A insensibilidade do Ocidente liberal às ressonâncias globais da Guerra Fria é muitas vezes impressionante", acrescentou.

O relatório enfatiza que a dissuasão nuclear continua sendo uma característica definidora da dinâmica das superpotências atuais, impedindo conflitos diretos enquanto sustenta uma competição intensa.

"É evidente que os EUA e a Rússia, e os EUA e a China, estão fazendo preparações militares, tecnológicas e industriais suficientes... para justificar a noção de que estão ’em guerra’ em um sentido metafórico, mas não literal", diz o relatório.

Na visão de Black e Gertken, a comparação com a Guerra Fria sinaliza mais do que um desvio retórico. Como escrevem, "o período ’intraglacial’ entre as eras glaciais de confronto está agora chegando ao fim."

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