UE promete unidade sobre comércio e diz que tarifas são mais prejudiciais aos EUA

Publicado 11.04.2025, 11:30
Atualizado 11.04.2025, 11:30
© Reuters. Bandeira da União Europeia em Bruxelasn 9/4/2025   REUTERS/Yves Herman

Por Jan Strupczewski e Karol Badohal

VARSÓVIA (Reuters) - Com as tarifas mais altas dos Estados Unidos adiadas por 90 dias, os ministros das Finanças da União Europeia prometeram união, nesta sexta-feira, para negociar um acordo comercial com Washington durante esse período, observando que as taxas dos EUA são mais prejudiciais para sua própria economia do que para a da Europa.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira que estava suspendendo por 90 dias as tarifas recíprocas de 20% que havia imposto à Europa a partir daquele dia, embora sua taxa de 10% permaneça em vigor, como acontece com a maioria dos outros países do mundo.

"Todos os ministros das Finanças concordaram com a necessidade de uma postura unificada", disse o presidente das negociações, Paschal Donohoe, em uma coletiva de imprensa, em meio a reuniões dos ministros das Finanças da UE em Varsóvia para conversações pela primeira vez desde o anúncio das tarifas.

O comissário econômico da UE, Valdis Dombrovskis, afirmou aos repórteres que a Comissão estimou o impacto negativo das tarifas dos EUA sobre a economia europeia em 0,2% do PIB até 2027, caso as medidas sejam apenas temporárias e não haja retaliação.

No entanto, se as empresas começarem a considerar as tarifas mais altas como permanentes, ou se houver mais retaliações, o crescimento econômico europeu poderá perder de 0,5% a 0,6% do PIB até 2027, segundo ele.

Ao mesmo tempo, a própria economia dos EUA sofreria uma redução de 0,8% a 1,4% até 2027 no cenário benigno e de 3,1% a 3,3% em um cenário de tarifas permanentes e mais retaliação.

"Essas simulações de modelo não levam em conta uma perda adicional de confiança dos investidores e das empresas na economia dos EUA, o que aumentaria o impacto negativo sobre o PIB", declarou Dombrovskis.

Ele disse que, em contrapartida, o aumento do investimento na Alemanha, que reformou seu freio da dívida para gastar mais livremente em defesa e criou um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros, poderia proporcionar um estímulo positivo para a economia europeia.

Algumas autoridades do banco central Europeu foram mais pessimistas e estimaram o impacto das tarifas dos EUA sobre a economia da UE entre 0,5% e 1,0% do PIB, dependendo da evolução da disputa comercial. A Comissão previu que a economia da UE como um todo crescerá 0,9% este ano, de modo que as tarifas poderiam colocar a UE em recessão.

"É muito difícil calcular os números agora, mas é óbvio que as dificuldades do comércio global afetarão o crescimento na zona do euro", disse Donohoe à Bloomberg TV.

(Reportagem adicional de Benoit van Overstraeten, Karol Badohal, Pawel Florkiewicz e Lewis Macdonald)

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