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Ações do Casino voltam a despencar com aumento do risco de "default"

Publicado 03.07.2023, 10:27
Atualizado 03.07.2023, 10:31
© Reuters. Cliente em supermercado em Nice
15/01/2019
REUTERS/Eric Gaillard
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PARIS (Reuters) - As ações do francês Casino  chegaram a recuar mais de 20% para novas mínimas históricas nesta segunda-feira, depois que a rede de supermercados alertou que estava enfrentando um aumento do risco de "default".

O Casino é atualmente o maior acionista do GPA, dono da rede Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3). Na última semana, porém, afirmou que a participação na companhia brasileira pode ser vendida como parte do plano de três anos de venda de ativos da rede francesa.

No mês passado, o Casino concluiu a venda de sua participação residual, de 11,7%, na rede de atacado de autosserviço Assaí (BVMF:ASAI3).

O Casino precisou pedir a um tribunal que lhe concedesse um período de carência para proteger o varejista endividado de um possível "default" enquanto tentava chegar a um acordo de reestruturação da dívida com os credores.

O Casino e os detentores de sua dívida de 6,4 bilhões de euros começaram negociações em junho, enquanto o grupo corre para se manter à tona, convertendo grande parte de sua dívida em ações, bem como por meio de desinvestimentos e um acordo para diferir impostos e encargos sociais com o governo.

O seu último pedido tornou-se necessário dado que alguns credores ainda não concordaram em renunciar ao seu direito de exigir o pagamento imediato dos seus créditos na sequência de um evento de "default".

Embora alguns credores tenham concordado, tal renúncia "não foi obtida dos detentores de Senior Unsecured Notes (do Grupo Casino) com vencimento em 2026 e 2027", disse o Casino.

"Para os credores que já recusaram ou estão recusando os pedidos do conciliador, o Grupo tomará todas as medidas necessárias para garantir o mesmo tratamento aos credores relevantes e preservar sua liquidez durante o processo de conciliação", disse o comunicado.

O Casino enfrenta pagamentos de juros de títulos de cerca de 12 milhões de euros em 15 de julho.

Clement Genelot, analista da Bryan Garnier, disse que, graças a um período de carência, não esperava que o Casino fosse entrar em default.

O Casino também corre o risco de violar um de seus compromissos financeiros em uma linha de crédito rotativo, o que também pode levar a um "default" até o final de agosto, informou a empresa nesta segunda-feira.

O grupo acrescentou que os conciliadores -- intermediários nomeados pelo tribunal com o objetivo de facilitar as negociações de reestruturação da dívida entre a empresa e seus credores -- já pediram aos credores da linha de crédito rotativo que renunciassem a esse potencial evento adicional de default.

© Reuters. Cliente em supermercado em Nice
15/01/2019
REUTERS/Eric Gaillard

Até o momento, esses credores não responderam ao pedido, disse a empresa.

No pior momento, os papéis do Casino chegaram a 3,22 euros, em queda de 20,79%, mas desaceleraram as perdas e, por volta de 09h40 (horário de Brasília), caíam 3,8%, a  3,91 euros.

(Reportagem de Tassilo Hummel e Chiara Elisei)

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