BBAS3: Saiba como usar análise SWOT para investir, ou não, em Banco do Brasil
Investing.com - Os índices futuros das bolsas dos EUA operaram com leve queda nesta quarta-feira, antes da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve.
A temporada de balanços do setor de varejo ganha atenção em Wall Street, com destaque para a Target, enquanto o segmento de semicondutores está no radar diante da possibilidade de o governo norte-americano adquirir participações em companhias estratégicas.
Além disso, notícias indicam que o CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk, estaria desistindo de suas ambições políticas.
No Brasil, os investidores seguem atentos às tensões entre Brasília e Washington, após os EUA aceitarem uma consulta do governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas classificarem as tarifas como uma questão de “segurança nacional”.
1. Ata do Fed pode mostrar divisões
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve discursar no simpósio de Jackson Hole no fim da semana, mas investidores já esperam sinais importantes ainda nesta quarta-feira, quando será divulgada a ata da última reunião de política monetária.
O Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,50% durante todo o ano, enquanto algumas autoridades, em especial Powell, alertaram que as tarifas do governo Trump poderiam reacender pressões inflacionárias.
Essa visão foi alvo de críticas de Trump, e parte dos dirigentes do banco central defendeu cortes de juros mais agressivos.
As atas devem indicar o grau dessas divergências, após os governadores Christopher Waller e Michelle Bowman terem votado por uma redução em julho, primeira vez desde 1993 que dois membros votantes se posicionaram contra a maioria.
No mercado, a aposta predominante é de um corte de 25 pontos-base na próxima reunião, com possibilidade de outro ajuste semelhante até o fim do ano.
O simpósio de Jackson Hole começa na quinta-feira à noite, com reuniões preliminares, e terá o discurso principal de Powell na manhã de sexta-feira, dedicado às perspectivas econômicas.
2. Futuros dos EUA caem antes da ata do Fed
Os contratos futuros de ações dos EUA recuaram nesta quarta-feira, em meio à expectativa pela ata do Fed e pelos balanços de grandes varejistas.
Às 7h45 de Brasília, os futuros do S&P 500 caíam 12 pontos, ou 0,2%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 recuavam 75 pontos, ou 0,3%, e os do Dow cediam 85 pontos, também 0,2%.
Na véspera, os índices fecharam de forma mista: o S&P 500 caiu 0,6%, o NASDAQ Composite perdeu 1,5%, enquanto o Dow Jones Industrial Average encerrou com leve alta.
A expectativa é de negociações cautelosas ao longo do dia, já que investidores buscam indicações sobre a trajetória da política monetária antes do simpósio de Jackson Hole.
Entre os balanços, estão previstos resultados de empresas como Target, Lowe’s e TJX antes da abertura.
Segundo análise da Jefferies, os lucros corporativos dos EUA no segundo trimestre superaram o consenso em 12,3%, diferença mais ampla desde o 1º trimestre de 2022, refletindo o melhor desempenho em mais de três anos.
3. Governo dos EUA considera participações acionárias em semicondutores
O governo americano avalia adquirir participações em companhias de semicondutores que recebem recursos da Lei CHIPS para erguer fábricas no país, informou a Reuters.
Além da Intel (NASDAQ:INTC), autoridades discutem acordos com Micron Technology, Taiwan Semiconductor Manufacturing e Samsung (KS:005930), que poderiam garantir a Washington fatias acionárias em troca de bilhões em subsídios.
A iniciativa representaria uma mudança estrutural na política industrial dos EUA, conferindo ao governo influência direta em empresas consideradas vitais para a segurança nacional. A Casa Branca já confirmou tratativas com a Intel sobre uma possível participação de 10%.
Em 2024, Washington destinou US$ 6,6 bilhões à TSMC, US$ 6,2 bilhões à Micron e US$ 4,75 bilhões à Samsung, segundo a reportagem.
4. Musk abandona ambições políticas - WSJ
Elon Musk estaria deixando de lado os planos de criar um partido político, segundo reportagem do Wall Street Journal, movimento visto como positivo por acionistas da Tesla.
O executivo havia anunciado em julho a intenção de fundar o America Party, para representar eleitores insatisfeitos com Republicanos e Democratas.
A iniciativa surgiu após um desentendimento com o presidente Donald Trump, motivado por críticas de Musk a um projeto de lei apoiado pelo governo, que, segundo ele, aumentaria gastos públicos em vez de reduzi-los por meio do Departamento de Eficiência Governamental.
Desde então, Musk não avançou de forma concreta com a criação do partido e teria dito a aliados que prefere concentrar esforços em suas empresas, evitando atritos com líderes republicanos.
A retirada dessas ambições políticas tende a aliviar preocupações de acionistas da Tesla, que vinham questionando se a atuação de Musk fora da companhia poderia prejudicar seu foco na montadora.
5. EUA aceitam consulta do Brasil na OMC
Os Estados Unidos aceitaram a solicitação do Brasil para consultas na OMC, mas alegaram que parte das medidas questionadas envolve “segurança nacional” e, portanto, não pode ser objeto de disputa no órgão.
Washington afirmou que as tarifas aplicadas estão amparadas em leis de emergência e foram determinadas pelo presidente Donald Trump para enfrentar déficits comerciais considerados ameaças à segurança e à economia do país, além de acusar o Brasil de práticas que afetariam comércio digital, serviços financeiros, propriedade intelectual, etanol e meio ambiente.
O Itamaraty rejeitou as acusações, defendeu que a OMC é o foro adequado para resolver o impasse e contestou a legitimidade da investigação aberta pelos EUA com base na Seção 301.