Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Em um cenário de projeção de desaceleração e risco de recessão em diversos países, o Brasil apresenta uma das poucas possibilidades positivas. É o que apontou relatório do UBS sobre os encontros no Fundo Monetário Internacional (FMI) semana passada. A principal preocupação entre os participantes, segundo o banco, seria um aperto monetário excessivo do Federal Reserve em 2023, levando a uma recessão nos Estados Unidos.
O Brasil aparece como uma das poucas exceções diante de um cenário de extrema cautela, mas estaria sujeito à adoção de política fiscal sólida após as eleições. O México ocuparia o segundo lugar nesse ranking do “otimismo”. Além disso, banco atualizou o agregador de pesquisas eleitorais, que apontam para a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), do PT, na disputa contra Jair Bolsonaro (PL).
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Cenário global
Com o clima tenso nas reuniões do Fundo Monetário Internacional para 2022, apontando para uma possibilidade de recessão, a visão geral é de que, se ela ocorrer de fato, tende a ser de forma superficial e rápida, segundo o banco. Mas, com o cenário de inflação alta, as políticas disponíveis ficam limitadas em um ambiente recessivo.
Para os EUA, o UBS acredita que o Fed deve reduzir o ritmo do aperto monetário, passando de 75bp para 50bp na reunião de dezembro de 2022 ou fevereiro de 2023.
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E o Brasil?
A cautela permanece em relação aos mercados emergentes, mas com exceções para Brasil e México. Segundo o banco, o maior otimismo é sobre o Brasil, pelo menos nos próximos seis meses. Isso dependeria, segundo o banco, se o candidato eleito adotaria uma política fiscal sólida.
O UBS relata que, entre os comentários em reuniões do FMI, se destacam “o crescimento surpreendentemente forte do Brasil e seu status como um dos poucos países com revisões de crescimento para cima este ano”, mesmo com as altas taxas de juros. A taxa Selic hoje está em um patamar de 13,75%.
O UBS ponderou que muito dos investidores pareciam estar esperando por sinais econômicos mais claros do próximo governo para realizar posições longas maiores.
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Riscos atuais
O banco aponta alguns riscos, como variáveis macroeconômicas, incluindo taxas de crescimento do PIB e inflação, possível desaceleração, uma moeda enfraquecida, eventos econômicos globais e mudanças nas políticas governamentais.
O UBS também reforça aos investidores riscos relacionados aos mercados emergentes, como a volatilidade, riscos regulatórios, sociopolíticos e mudanças potenciais abruptas no custo de capital.
Agregador de pesquisas eleitorais do UBS
Os modelos de agregador do UBS apontam que a dispersão das pesquisas diminuiu significativamente. De acordo com o agregador, em termos de votos válidos (excluindo brancos e nulos), o Lula teria vantagem, com 54% contra os 46% de Bolsonaro.
O UBS também construiu um agregador usando apenas os votos válidos dos institutos, em vez de utilizar o total de votos e computando os votos válidos pelos próprios cálculos e, nesta versão, o resultado é 53% para Lula e 47% para Bolsonaro.
A desaceleração global pode prejudicar o crescimento brasileiro? Confira no vídeo: