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Ações do Brasil podem subir mais do que as dos EUA no curto prazo; entenda

Publicado 19.10.2022, 11:49
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Por Leandro Manzoni

Investing.com - O ano de 2022 começou com apreensão entre os investidores brasileiros. Após o Ibovespa ter uma queda acumulada de 12% ano passado, a expectativa era de continuidade do pessimismo. Inflação elevada e com tendência de alta, perspectiva de crescimento baixo e eleições presidenciais polarizadas eram constantes preocupações entre os economistas e analistas de mercado.

O principal índice acionário brasileiro, entretanto, surpreendeu e tem uma das maiores altas em 2022, com avanço acumulado de 10,42% até a sessão de 18 de outubro. Enquanto as ações dos EUA encerraram um mercado de alta que durava uma década, com os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq com baixas acumuladas, respectivamente, de 16%, 21,95% e 31,14%.

A tendência é a continuidade no ótimo desempenho da bolsa brasileira, na comparação com as bolsas dos EUA. Essa é a avaliação de Gustavo Fabrício, sócio e gestor da RPS Capital.

“Temos uma visão hoje mais construtiva para Brasil sob o ponto de vista macroeconômico”, explica o gestor, que elenca a trajetória macroeconômica divergente das duas economias. “Quando há a comparação entre Estados Unidos e Brasil, vemos que o momento de curto e médio prazo para o Brasil tende a ser melhor”, completa.

Comparativo Brasil e EUA

Os dados de inflação dos EUA de setembro, divulgados no último dia 13, vieram acima do esperado pelo mercado. A inflação ao consumidor avançou mensalmente de 0,1% em agosto para 0,4% em setembro, enquanto o núcleo da inflação – que exclui itens com preços voláteis como alimentos e energia – subiu de 0,5% e 0,6%. Na base anual, houve uma desaceleração de 8,3% para 8,2% no índice ‘cheio’, mas acelerou de 6,3% para 6,6% nos dados de núcleo. “Os EUA estão enfrentando um nível de inflação muito elevado em relação ao histórico deles”, afirma o gestor.

“No Brasil, a inflação está caindo”, diz Fabrício, relembrando que o IPCA de setembro registrou o terceiro mês seguido de deflação, com queda de 0,29% na base mensal e alta acumulada de 7,17% nos 12 meses anteriores.

LEIA MAIS: IPCA de setembro tem deflação menor do que a esperada; alimentação passa a recuar

“Devido ao histórico de inflação e como o Brasil é um país acostumado com inflação alta, houve uma antecipação da alta de juros”, relembra o gestor, apontando o início do ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central do Brasil (BCB) em março de 2021, quando a taxa de juros estava na mínima histórica de 2% ao ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BCB, a taxa de juros foi mantida em 13,75% ao ano. Além disso, o Copom sinalizou que vai manter a Selic nesse patamar caso não haja uma piora inflacionária.

Já os EUA iniciaram o aperto monetário apenas neste ano para controlar a inflação, que está em seu maior nível em 40 anos. “Não é uma inflação passageira como se esperava, está aparentemente durando mais e está mais difícil de combater”, aponta Fabrício.

Há 3 reuniões o Federal Reserve (Fed) – o Banco Central americano – elevou a taxa básica de juros em 75 ponto percentual em cada uma, chegando ao intervalo entre 3% e 3,25%. De acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com, a expectativa é de 96,4% para uma outra alta de mesma magnitude na próxima reunião em 2 de novembro.

“Há uma preocupação em elevar a taxa de juros sem a economia dos EUA desacelerar muito”, afirma Fabrício. Segundo a Fitch, a previsão de crescimento do PIB dos EUA é de 0,5% para 2023, abaixo de 1,5% da previsão anterior.

“A economia dos EUA está nesse dilema: qual o tamanho da alta da taxa de juros e se vai subir muito rápido (ou devagar); e o quanto isso pode esbarrar no crescimento econômico”, continua.

De acordo com o Monitor do Investing.com, o mercado precifica em 73,8% para um aumento de 75 pontos-base para a taxa de juros na reunião de política monetária do Fed em 14 de dezembro, a última do ano e encerrando 2022 com uma taxa entre 4,5%-4,75%. Na primeira reunião de 2023, a expectativa é de uma alta marginal de 0,25 ponto percentual, com chances de 61,8% para que a taxa de juros suba para 4,75%-5% ao ano.

A partir da reunião de março de 2023, não há uma precificação clara. As chances de manutenção entre 4,75%-5% é de 39,2%, enquanto a possibilidade de mais um aumento marginal de 25 pontos-base, para 5-5,25%, é de 51,5%.

“Há ainda um período de incerteza macroeconômica que pode levar entre seis e doze meses, fazendo com que o mercado [nos EUA] fique meio parado, aguardando uma definição mais clara do movimento do Fed”, explica Fabrício.

Se há incertezas quanto à economia dos EUA, no Brasil, as dúvidas são menores. “O Brasil está com uma melhora marginal do PIB”, projeta o gestor. “O agronegócio continua muito forte, com a tendência de a próxima safra vir muito forte ano que vem. Isso pode acrescentar à projeção do PIB 0,5% ou até 1% do que é esperado atualmente”, estima.

Por fim, o gestor apresenta que os múltiplos das ações nos EUA estão maiores do que no Brasil. “Há ação negociada com um múltiplo muito abaixo em relação ao nível histórico. Ainda, com a proximidade da definição eleitoral e o anúncio da equipe ministerial do próximo governo, esse risco de indefinição sai da mesa e teremos uma maior certeza econômica”, finaliza Fabrício.

O que faz o índice brasileiro subir, mesmo com mercados globais ladeira abaixo? Confira no vídeo:

 

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