Por Leandro Manzoni
Investing.com - As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (BVMF:PETR3; PETR4) são os papéis que mais avançam no Ibovespa na manhã desta sexta-feira (21) na B3. O impulso ocorre após divulgação da pesquisa eleitoral para a Presidência da República da Modalmais/Futura, um dos institutos que mais se aproximaram do resultado do 1º turno, que aponta a liderança do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral do 2º turno.
Às 11h16, as ações ordinárias subiam 2,89% a R$ 41,33, enquanto as preferenciais avançavam 2,91% a R$ 37,53. O resultado da pesquisa também impulsiona as ações do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), que avançam 1,88% a R$ 44,41, liderando o avanço entre os papéis bancários. Já o Ibovespa subia 1,03%.
A alta dos papéis da Petrobras está proporcionalmente acima do avanço do preço do petróleo no mercado internacional. O contrato futuro do petróleo Brent, referência de preço mundial, avançava 0,88% a US$ 93,19.
A virada de Bolsonaro
A pesquisa modalmais/Futura aponta que Bolsonaro lidera a corrida presidencial com 50,5% dos votos válidos - que excluem votos brancos e nulos e como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) calcula o resultado eleitoral. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49,5%.
Nos votos totais, o presidente lidera com 46,9%, contra 45,9% de Lula. Votos brancos e nulos somam 3,8%, enquanto indecisos e os que disseram que não votaria totalizaram 3,3%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, o que configura um empate técnico na disputa.
A pesquisa também perguntou se o eleitor tem mais medo da "volta do PT" ou da "permanência do atual governo". 47,3% responderam que tem maior temor com retorno do partido de Lula, enquanto 43,1% temem mais a manutenção do governo Bolsonaro.
A pesquisa foi realizada entre 17 e 19 de outubro e entrevistou 2 mil eleitores por chamadas telefônicas feitas por computador.
Bolsonaro favorece ações de estatais
O avanço das ações de Petrobras e Banco do Brasil é uma antecipação dos investidores com a confirmação de uma eventual vitória de Bolsonaro à Presidência em 30 de outubro. "Caso o Bolsonaro consiga a reeleição, a tendência é de valorização das ações de Banco do Brasil e de Petrobras, porque há uma agenda liberal para fazer o mesmo que foi feito com a Eletrobras (BVMF:ELET3)", afirma Gustavo Fabrício, sócio e gestor da RPS Capital, em entrevista para o Investing.com na última segunda-feira.
Na avaliação de Fabrício, uma eventual vitória de Lula não deve representar uma agenda de privatização. Inclusive, o ex-presidente declarou, no debate da TV Bandeirantes no último domingo, que é contra a privatização da estatal petrolífera.
"[Lula] deve vir com alguma política que segure os preços [dos combustíveis] e de investimentos não-rentáveis na Petrobras", analisa o gestor, que aponta risco de queima de caixa da estatal com investimentos semelhantes realizados pelo governo de Dilma Rousseff (2011-2016).
E a perspectiva é tampouco positiva para as ações do Banco do Brasil com eventual novo governo do PT. "Como o orçamento é travado e ele não vai conseguir negociar com o Congresso porque vai ter minoria, um eventual governo Lula vai usar Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil para subsidiar o crédito, o que deve piorar os resultados dessas empresas", projeta Fabrício.