O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que um calote na dívida do país minaria o status dos Treasuries como ativos de segurança. A declaração foi dada durante uma reunião na Casa Branca com a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, e executivos de grandes empresas.
"Bloquear a suspensão do teto da dívida não é certo e é perigoso", afirmou o democrata, em uma crítica ao Partido Republicano. Yellen, por sua vez, disse que o imbróglio fiscal precisa ser resolvido "imediatamente" pelo Congresso. "Nossa frágil recuperação econômica se reverteria em caso de default", alertou a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano.
O impasse ocorre porque existe no Senado dos EUA o chamado filibuster (obstrução), uma regra que fixa um mínimo de 60 votos para passar a maioria das legislações. Os democratas possuem 50 assentos na Casa - a metade - e apenas têm maioria porque podem contar com o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris, que acumula o cargo de presidente do Senado. Portanto, para aprovar a suspensão do teto, os governistas precisariam do apoio de pelo menos 10 republicanos, mas a oposição se recusa a fazer um acordo.
Uma alternativa para o partido de Biden seria usar um dispositivo chamado de "reconciliação", que permite a aprovação de projetos ligados ao orçamento por maioria simples, com o voto de Kamala, o que evitaria a obstrução dos republicanos.
Durante a reunião desta quarta na Casa Branca, o CEO do JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), Jamie Dimon, a do Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34), Jane Fraser, e a da Nasdaq, Adena Friedman, defenderam a suspensão do teto.