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Charge: a reabertura precária da China

Publicado 06.01.2023, 04:42
Atualizado 09.01.2023, 13:33
© Investing.com

Por Geoffrey Smith

Investing.com – A corrida da China para atingir a imunidade de rebanho contra a Covid-19 pode não ser a cura milagrosa para seus males econômicos, como parece acreditar o mercado.

O bom início de ano dos mercados globais se deve, em grande medida, à esperança de que a segunda maior economia do planeta rapidamente aproveite os benefícios da decisão de abandonar as rígidas restrições sanitárias que seguraram seu crescimento nos últimos dois anos. As ações de Hong Kong, que servem de porta de entrada para muitos investidores estrangeiros na China, dispararam forte na última semana, enquanto o iuane offshore se valorizou 1% contra o dólar.

Isso parece lógico, dado que os países ocidentais que abandonaram suas próprias restrições no último ano experimentaram uma transição suave, na maioria dos casos, para o "convívio com a Covid".

No entanto, o risco na China é o mesmo vivido no Ocidente, quando ainda se debatia fortemente a ideia de deixar o vírus se espalhar: descontrolada, em uma população sem uma vacinação efetiva, a doença poderia desestruturar o sistema público de saúde do país e provocar milhões de mortes, bem como uma contração econômica muito mais profunda.

Como nunca cansa de apontar Paul Donovan, economista-chefe do UBS Global Wealth Management, é o medo do vírus, e não o vírus em si, que causa a maior parte dos transtornos econômicos. E diversos fatores na China estão preparando um terreno fértil para esse medo.

Por três anos, o governo usou todo o poder da sua máquina de mídia estatal para justificar as rígidas medidas, alertando para os perigos da Covid-19. De repente, em uma reversão abrupta digna de “1984” de Orwell, a mensagem é que a “Lestásia sempre esteve em paz com o vírus”.  

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Essa mensagem está sendo transmitida a um público que não confia nos dados oficiais para saber como está a situação. A Organização Mundial da Saúde criticou Pequim nesta semana por subnotificar os números de casos e mortes, dizendo que “os números atuais divulgados na China não representam o verdadeiro impacto da doença em termos de admissões em hospitais e UTIs, especialmente em relação ao número de mortes".

Até agora, Pequim admitiu cerca de cinco mortes por dia nas últimas semanas, mas havia dito anteriormente que mudaria sua forma de contabilizar os casos e mortes de Covid, adotando uma definição tão rígida que a maioria das vítimas fica fora das estatísticas. Notícias não oficiais, no entanto, dão conta de longas filas fora dos hospitais para tratamento, além de horários estendidos em serviços funerários e crematórios, que estão trabalhando além da capacidade.

O medo deve aumentar quando a população tomar conhecimento de que as vacinas da China não são tão eficazes contra a cepa Omicron predominante quanto as vacinas ocidentais baseadas no RNA mensageiro. Isso facilita a transmissão, principalmente nas fábricas chinesas que fazem uso intensivo de mão de obra, onde os trabalhadores ficam lado a lado para fabricar roupas e aparelhos diversos para o mundo (bem como para processar o próprio suprimento de alimentos). Isso também aumenta a probabilidade de doenças graves e duradouras, gerando problemas para as fábricas que já estão começando a ficar sem trabalhadores.

Todos esses fatores ficaram patentes nas pesquisas de negócios da Caixin divulgadas nesta semana, as quais mostraram que tanto o setor de manufatura quanto o de serviços registraram uma contração por conta da influência do vírus. Mesmo assim, apesar da queda do número de novas encomendas e de empregos, ambas as pesquisas acabaram evidenciando uma forte alta no otimismo dos empresários, que estão olhando além dos transtornos de curto prazo.

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Mas essa confiança enfrentará um duro teste nas próximas semanas. O Ano-Novo Lunar, em 22 de janeiro, deve registrar uma onda de viagens que inevitavelmente irá provocar uma disparada nas infecções, com base nas experiências passadas. Depois disso, a maioria dos analistas espera que o país mude a página, com a retomada econômica. Neste momento, parece seguro assumir que as commodities globais ganharão um novo fôlego, após os bancos centrais restringirem as condições financeiras no ano passado. Na medida em que os preços mais altos das commodities - especialmente petróleo e alimentos - mantêm o Federal Reserve e outros bancos centrais temerosos com a inflação, também limitam a demanda por exportações chinesas, impedindo qualquer recuperação.

Mesmo assim, tudo indica que a economia chinesa atingirá seu patamar mais baixo no trimestre atual. E pode ser que nunca mais volte a registrar as elevadas taxas de crescimento vistas no passado: Os analistas da NatWest preveem uma "leve dose de Covid econômica longa" para o país, agravada pela restrição das transferências de tecnologia aplicadas pelos EUA e outros países. De qualquer forma, a Covid representa apenas metade da batalha que os planejadores econômicos da China precisam enfrentar. É praticamente certo que vencê-la será mais fácil do que acabar com uma crise imobiliária em seu terceiro ano.

Mas, depois dos últimos meses, quando os bloqueios sanitários geraram tumultos na maior fábrica de montagem de iPhones do mundo e protestos furiosos contra o governo do Partido Comunista, qualquer melhora na saúde pública parecerá uma grande vitória para Pequim, enquanto, para o resto do mundo, deve sinalizar o verdadeiro início da era pós-pandêmica.  

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