Investing.com - A dívida dos EUA (que já se aproxima dos 34 trilhões de dólares) e o risco que ela representa em um cenário de juros altos têm preocupado cada vez mais os economistas.
Em uma entrevista à BNN Bloomberg, Lyle Stein, presidente da Forvest Global Wealth Management, também falou sobre esse tema, alertando que a crescente dívida dos Estados Unidos está asfixiando a economia e estimulando os investidores a buscar outros mercados.
Isso se deve em grande parte aos juros elevados em relação ao crescimento econômico dos EUA, explica Stein, enquanto o Federal Reserve aumentou as taxas de juros para 5,25%-5,5%, o nível mais alto desde 2001.
“Se os juros sobem mais rápido que a dívida, há um problema”, disse Stein, acrescentando que se os juros estão em 5% e o crescimento em 4%, a dívida se torna um “peso”, e é isso que está acontecendo com os Estados Unidos hoje.
Stein também destacou o aumento da dívida americana, que deve chegar a 124% do PIB até o final do ano, segundo uma projeção do Congressional Budget Office, ressaltando que isso é uma grande diferença em relação à zona do euro, onde a relação dívida pública/PIB caiu para 90% no segundo trimestre, de acordo com a Eurostat.
Além disso, os Estados Unidos não parecem dispostos a cortar seus gastos em breve, com pelo menos 1 trilhão de dólares no último trimestre.
Por outro lado, o pagamento de juros sobre a dívida nacional dos EUA quase chegou a 700 bilhões de dólares desde o início do ano, uma situação que parece realmente insustentável.
No entanto, alertou que esses riscos podem frear o dólar, que já caiu bastante em 2023, e também podem incentivar os investidores a retirar seu capital e fugir para outros países.
“Ao analisar essa situação, percebe-se que é cada vez mais necessário transferir ativos da América do Norte para jurisdições mais seguras”, afirmou Stein.
A esse respeito, mencionou a opção da Europa, expressando surpresa ao constatar quão melhor é a situação da dívida lá em comparação com os EUA.