Por Pete Schroeder
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira que os riscos de estabilidade financeira global aumentaram, intensificando o risco de uma reprecificação desordenada nos mercados, ao apontar os mercados emergentes e os mercados imobiliários como particularmente vulneráveis.
O FMI disse que "nuvens de tempestade" pairando sobre a economia global, que incluem inflação persistente, desaceleração na China e tensões contínuas com a invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentaram o risco de uma desaceleração severa para níveis não vistos desde o início da pandemia de Covid-19.
Em seu último Relatório de Estabilidade Financeira Global, o FMI alertou que os riscos de estabilidade financeira global cresceram desde a edição de abril de 2022, o que deixa o balanço de riscos "significativamente distorcido" para o lado negativo.
"O ambiente global é frágil com nuvens de tempestade no horizonte", afirmou o relatório.
Vulnerabilidades persistentes do mercado, liquidez apertada, inflação insistente e esforços contínuos dos bancos centrais em todo o mundo para aumentar as taxas de juros de forma a combatê-la se combinaram para criar um ambiente volátil e arriscado, apontou o relatório.
"Com investidores se afastando agressivamente de assumir riscos recentemente ao reavaliarem suas perspectivas econômicas e de política monetária, existe o perigo de uma reprecificação desordenada do risco", afirmou o relatório. “Em particular, a volatilidade e um aperto repentino nas condições financeiras podem interagir e ser amplificados por vulnerabilidades financeiras preexistentes”.
Em particular, o Fundo alertou que qualquer desaceleração acentuada seria sentida de forma aguda pelas economias de mercado emergentes, que lidam com uma "série de riscos", como altos custos de empréstimos, inflação elevada e mercados de commodities voláteis. O FMI também alertou que os spreads de crédito aumentaram substancialmente no setor corporativo e que juros mais altos podem afetar negativamente os mercados imobiliários.
O Fundo disse que os bancos centrais devem agir "decididamente" para controlar a inflação, enquanto comunicam claramente seu "compromisso inabalável" de cumprir seus mandatos. Os formuladores de política monetária também precisam lidar com vulnerabilidades financeiras persistentes para garantir liquidez de mercado suficiente e minimizar os riscos de uma liquidação severa e desordenada. Já os reguladores financeiros devem monitorar de perto a infraestrutura de negociação e aumentar os dados disponíveis para operadores para ajudar a manter o funcionamento dos mercados sem problemas.