SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne bovina do Brasil, considerando o produto in natura e processado, atingiram o recorde mensal de 194.093 toneladas em julho, alta de 17% ante o mesmo período de 2019, na esteira da demanda chinesa, disse nesta sexta-feira a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Até o momento, o maior volume mensal havia sido registrado em maio deste ano, quando o país embarcou 183.018 toneladas da proteína.
A receita avançou 22% em julho, para 776,3 milhões de dólares, disse a Abrafrigo com base em dados compilados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que foram disponibilizados na quinta-feira.
Com isso, entre janeiro e julho, as exportações de carne bovina totalizaram 1,1 milhão de toneladas, ante 999.177 toneladas no mesmo período, ou 10% de elevação.
A receita do período passou de 3,7 bilhões de dólares em 2019 para 4,7 bilhões em 2020, alta de 25%.
"As compras chinesas têm mais do que compensado as quedas nas vendas para a União Europeia e para os países árabes, ocasionadas principalmente pela epidemia de Covid-19 que reduziu drasticamente o consumo fora de casa", disse a Abrafrigo.
Atualmente, a China responde por 57,5% da exportação brasileira no setor, conforme levantamento da associação, ainda afetada pelo déficit de proteína deixado pelo impacto do surto de peste suína africana sobre o rebanho local.
Em julho, o mercado chinês atingiu o patamar mais elevado do ano em compras no Brasil, com 115,18 mil toneladas. Até o momento, as maiores aquisições tinham sido vistas em maio, quando os chineses importaram 83,9 mil toneladas da carne bovina.
No acumulado de 2020 até julho, as compras chinesas que ingressaram pela cidade Estado de Hong Kong e pelo continente atingiram 634.624 toneladas, quase o dobro das 381.325 importadas em 2019 no mesmo período.
(Por Nayara Figueiredo)