Por Laura Sanchez
Investing.com – Os investidores operam nesta sexta-feira à espera das decisões de juros do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) na semana que vem.
BCE: alta de 50 ou 75 pb?
E como não poderia ser diferente, os especialistas já estão dando seus palpites. “Diante da folga dos indicadores de preços e do desempenho melhor do que o esperado da economia, as reuniões dos bancos centrais na próxima semana apontam para uma redução do ritmo de alta de juros. Tanto o Fed quanto o BCE devem elevar as taxas em 50 pontos-base (pb), contra 75 pb anteriormente. Antes dessas reuniões, não haverá manifestações dos banqueiros centrais durante a sessão (período de ‘blackout’), portanto seria possível comprar títulos após as quedas de ontem (alta de preços e queda em TIR)”, explicaram os analistas do Bankinter.
A expectativa do Danske Bank também é que o BCE eleve os juros em 50 pb e continue elevando-os durante o primeiro trimestre do ano. Eles esperam que a taxa de depósito atinja o pico em 2,75%.
“Na reunião da próxima semana, esperamos que o BCE eleve os juros em 50 pb, com uma mudança agressiva. Especificamente, nossa expectativa é que o BCE apresente os princípios-chave dos reinvestimentos sob o processo APP (no qual os reinvestimentos serão interrompidos quase por completo) e mantenha-se aberto para mais elevações de juros. Este será um compromisso, que, em nossa visão, será palatável tanto os mais rígidos (hawks) quanto para os mais flexíveis (doves)", ressaltou o Danske Bank, conforme o portal FXStreet.
O FXStreet também ecoou as previsões do Rabobank, que vão ao encontro das projeções do Danske Bank, ao esperar que o BCE eleve os juros em 50 pb em dezembro, ainda que não descarte a possibilidade de uma alta de 75 pb.
“Apesar do abrandamento inicial da inflação geral, a inflação básica ainda está elevada e fará com que os preços convirjam mais lentamente para a meta. As novas projeções incluirão uma previsão para 2025, mas, em vista dos últimos erros de prognóstico,o BCE deve preferir manter a cautela, até que os riscos de alta da inflação se façam presentes”, explicaram os analistas do Rabobank, acrescentando: “Mantemos nossa previsão de uma taxa terminal de 3%”.
Outro especialista que aponta para uma estratégia mais agressiva por parte do BCE é o Nordea, que prevê uma terceira alta consecutiva de 75 pb.
“Acreditamos que o BCE adiará a decisão sobre a data inicial de enxugamento do seu enorme portfólio de títulos ou definirá a data para o fim do 2º tri/início do 3º tri de 2023, em um aceno para as vozes mais moderadas do conselho dirigente”, escreveram os analistas do Nordea.
Fed cumprirá sua promessa de moderação?
Quanto ao Fed, esses analistas esperam uma mensagem rígida em relação à política monetária em 2023. De acordo com esses especialistas, a recente flexibilização das condições financeiras é prematura, sendo necessárias mais elevações de juros.
“A economia dos EUA continua rumo a um leve crescimento no 4º tri, e o Fed precisa forçar uma recessão moderada no ano que vem para evitar um prolongamento da inflação a partir de agora. Para baixar a inflação será necessário que as condições financeiras amplas voltem a ficar restritas, o que provavelmente inclui uma combinação de mais altas de juros no 1º tri, juros reais elevados por mais tempo e um dólar mais forte”, declararam os analistas do Danske Bank.
Quem concorda com essa visão são os analistas do BofA (NYSE:BAC): “Nossa expectativa é que o Fed eleve sua faixa-alvo de juros em 50 pb em dezembro para 4,25-4,5%. As comunicações do Fed nas últimas semanas claramente telegrafaram esse movimento. A questão mais importante é saber para onde o Fed irá em seguida”, ressaltaram, em comentários publicados pelo Forexlive.