Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quarta-feira

© Reuters.

Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

Investing.com -- Os futuros de ações dos EUA caíram em geral na quarta-feira, após um dia de perdas em Wall Street que arrastou o Dow para território negativo no ano. Enquanto isso, os rendimentos do Tesouro dos EUA de 10 anos continuam a subir, somando-se a um aumento recente que desafiou as ações e atingiu uma série de moedas globais. Em outro lugar, Kevin McCarthy foi destituído do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, deixando a câmara baixa do Congresso dos EUA sem líder, com o prazo de financiamento do governo em novembro se aproximando. No Brasil, deputados discutem tributação de fundos offshores e exclusivos.

1. Os futuros apontam principalmente para baixo; impacto global da turbulência no mercado de títulos dos EUA

Os futuros de ações dos EUA estavam em geral em baixa nesta quarta-feira, reduzindo algumas quedas iniciais, com os investidores de olho em um aumento nos rendimentos do Tesouro para seus níveis mais altos desde 2007.

Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros caía 0,02%, o S&P 500 futuros perdia 0,04%, e o Nasdaq 100 futuros recuava 0,09%.

Todos os principais índices de Wall Street caíram mais de 1% na terça-feira, depois que dados mais fortes do que o esperado sobre a abertura de vagas de emprego fizeram com que os rendimentos dos títulos dos EUA disparassem, pesando sobre os valuations das ações. Normalmente, os rendimentos se movem inversamente aos preços.

O índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average registrou seu pior dia desde março e o índice de referência S&P 500 atingiu sua marca mais baixa desde junho. A maior queda diária ocorreu no setor de tecnologia pesada Nasdaq Composto, que caiu 1,9%.

Após as perdas, o Dow está agora em território negativo este ano. No entanto, o S&P 500 e o Nasdaq ainda estão em alta de 10% e 24%, respectivamente, em 2023, graças, em parte, a um aumento das ações de tecnologia impulsionado pela inteligência artificial no início do ano.

A recente alta nos rendimentos do Tesouro dos EUA afetou os mercados de títulos globais na quarta-feira, já que os investidores passaram a acreditar que as taxas de juros podem permanecer teimosamente elevadas por algum tempo.

Às 8h, o índice de referência título do tesouro de dez anos havia subido 0,014 ponto percentual, para 4,81%, um pouco abaixo de seu nível mais alto desde meados de 2007. O de 30 anos caiu 0,01 ponto percentual, para 4,93%, embora tenha permanecido próximo de uma marca vista pela última vez antes da crise financeira.

O salto nos rendimentos dos EUA foi sentido na Alemanha, onde o principal rendimento da dívida pública de 10 anos do país subiu para seu ponto mais alto desde 2011. O banco central do Japão também anunciou que fez compras não programadas de títulos, já que os rendimentos da dívida pública subiram e as autoridades sinalizaram que estavam observando os movimentos do mercado com urgência.

As moedas também foram abaladas, uma vez que o aumento dos rendimentos empurrou o dólar dos EUA para cima, com o euro sendo negociado perto das mínimas de 10 meses e a libra esterlina oscilando em torno de uma mínima de sete meses em relação ao dólar. O iene no Japão também estava sob pressão.

"Está uma bagunça lá fora", disseram analistas do ING em uma nota. "Está claro [...] que os títulos do Tesouro são um fator dominante [...] Ele está puxando outros rendimentos para cima, está prejudicando as ações e é bastante imune à influência do risco."

2. Câmara dos Deputados brasileira discute fundos offshore e de super-ricos

Após apresentação de relatório sobre a tributação fundos em paraísos fiscais (offshore) e de fundos exclusivos de investimento no país, os chamados fundos de super-ricos, a matéria deve ser apreciada no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 04. A tributação passou de 10% para 6%, segundo o relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), conforme tratativas esperadas pelo Ministério da Fazenda diante das resistências no Congresso e necessidade de destravar a pauta para ampliar a arrecadação.

O parecer do relator foi apresentado na noite desta terça, 03, com a união de dois textos que estavam em tramitações distintas, incluindo uma medida provisória e um projeto de lei. O relator cogitou adicionar o projeto que dá fim ao provento Juros sobre o Capital Próprio (JCP) pago a acionistas de empresas com menos tributos, mas a versão final não contemplou essa medida, que estaria com discussão menos madura.

Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) perdia 0,07% no pré-mercado.

3. Mais dados do mercado de trabalho à frente

As atenções estão se voltando para a divulgação de novos números do mercado de trabalho dos EUA no restante da semana, com o dados da folha de pagamento privada a ser divulgado na quarta-feira e o relatório crucial sobre empregos a ser publicado na sexta-feira.

Os economistas esperam que o relatório ADP National Employment mostre que as folhas de pagamento privadas aumentaram em 153.000 em setembro, abaixo dos 177.000 em agosto. Esse declínio pode indicar que o mercado de trabalho na maior economia do mundo está começando a enfraquecer, uma tendência que poderia aliviar a pressão de alta sobre os salários e, consequentemente, ajudar a esfriar a inflação.

Entretanto, a narrativa recentemente crescente de um mercado de trabalho em desaceleração nos EUA foi abalada por dados na terça-feira mostrando que as vagas de emprego - geralmente vistas como um indicador da demanda por trabalhadores - aumentou inesperadamente em agosto. O número reforçou as apostas de que o Federal Reserve optará por manter as taxas de juros mais altas por um período mais longo.

O importantíssimo relatório mensal de folhas de pagamento não agrícolas, no final da semana de negociações, provavelmente dará mais detalhes sobre o quadro de empregos. Espera-se que a economia dos EUA tenha criado 163.000 postos de trabalho no mês passado, uma queda em relação aos 187.000 de agosto.

4. McCarthy é destituído do cargo de presidente da Câmara

Kevin McCarthy foi destituído do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, tornando-se o primeiro legislador na história da câmara baixa do Congresso dos EUA a ser removido do cargo.

Após uma discussão interna com seus colegas republicanos, McCarthy perdeu uma votação nominal por 216 a 210, com oito membros do Partido Republicano se unindo a 208 democratas para destituí-lo do cargo de presidente da Câmara.

Os republicanos da linha dura, liderados pelo congressista da Flórida Matt Gaetz, ficaram descontentes com McCarthy depois que ele fechou um acordo de última hora com os democratas sobre uma medida provisória de gastos que evitou temporariamente a paralisação do governo no último fim de semana.

A votação de um novo presidente da Câmara não é esperada até a próxima quarta-feira, dando aos republicanos - que detêm uma pequena maioria na Câmara - uma semana para encontrar um líder em potencial. Todos os outros assuntos da Câmara, incluindo as negociações sobre o financiamento do governo, que agora está previsto para expirar em novembro, foram suspensos até lá.

5. O petróleo cai com o fortalecimento do dólar americano

Os preços do petróleo caíram na quarta-feira, com o salto do dólar americano ameaçando tornar o petróleo mais caro para os compradores que usam moeda estrangeira, potencialmente afetando a demanda.

Por volta das 8h, os futuros do petróleo dos EUA foram negociados 1,69% mais baixos, a US$87,72 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 1,66%, para US$89,41.

As medidas terminaram a sessão anterior ligeiramente mais altas, recuperando-se um pouco das baixas de três semanas, já que uma perspectiva de oferta persistentemente restrita compensou parcialmente as preocupações com a demanda.

Os investidores vão monitorar uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecida como OPEP+, na quarta-feira. A Arábia Saudita e a Rússia, dois importantes membros do grupo de produtores, decidiram no mês passado estender as reduções de produção até o final do ano.

China desacelera: “Bomba-relógio” e fim do “crescimento heroico”? Veja no vídeo abaixo: