Por Geoffrey Smith
Investing.com - As ações devem abrir em baixa, sem se recuperar do forte tombo da véspera. Espera-se que os pedidos de seguro-desemprego caiam ligeiramente de novo, e as vendas de casas novas darão novamente aos touros algo para mastigar.
A confiança dos empresários franceses e alemães melhora, apesar das novas restrições em Paris. E Donald Trump se recusa a se comprometer com uma transição pacífica de poder em novembro.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 24 de setembro.
1. Ações devem abrir em baixa; Nasdaq cai novamente
As ações dos EUA devem apresentar uma queda na abertura, depois de cair novamente na quarta-feira em resposta aos comentários repetidamente sombrios sobre a economia dos dirigentes do Federal Reserve.
Às 8h57 (horário de Brasília), o contrato futuro do Dow caía 0,26% e o contrato futuro do S&P 500 recuava 0,36%, enquanto os futuros do Nasdaq, que tiveram um desempenho inferior acentuado na quarta-feira, caíam mais 0,66%.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Accenture (NYSE:ACN), CarMax (NYSE:KMX), Darden Restaurants (NYSE:DRI) e FactSet Research (NYSE:FDS), que irão divulgar seus resultados.
Mais importante ainda, os investidores estarão procurando por sinais de estabilização em algumas das ações de tecnologia que perderam seu brilho nos últimos dias, principalmente a Tesla (NASDAQ:TSLA), que caiu mais de 10% na quarta-feira.
2. Pedidos de seguro-desemprego e vendas de casas novas são esperados
Em uma semana de crescentes temores sobre uma desaceleração econômica, pode haver mais atenção do que o normal sobre os dados de pedidos de seguro-desemprego da semana.
O quadro esperado é de outra melhora marginal no mercado de trabalho, com os pedidos iniciais de seguro-desemprego caindo de 860.000 para 840.000 na semana passada, e os pedidos contínuos (que vêm com um intervalo de tempo de duas semanas) caindo para 12,30 milhões de 12,628 milhões na semana anterior.
Também haverá dados sobre as vendas de casas novas, que devem confirmar a força contínua do mercado imobiliário, enquanto a pesquisa de negócios do Fed de Kansas City será verificada para ver se está mais próxima da pesquisa do Fed de Richmond (otimista) no início desta semana, ou o (pessimista) PMI da IHSMarkit que foi lançado na quarta-feira.
3. Dólar volta a pesar nas commodities
O dólar continuou o que muitos ainda acreditam ser uma correção de alta em uma extensa tendência de baixa, já que a aversão ao risco e a falta de qualquer afrouxamento iminente da política do Federal Reserve apoiaram o dólar.
Às 8h22, o Índice Dólar, que o acompanha em relação a seis moedas de mercados desenvolvidos, estava em 94,51, perto de sua máxima intradiária de 94,608, que representou o maior patamar em dois meses. O euro caiu após uma operação de refinanciamento sem intercorrências do Banco Central Europeu. O dólar também atingiu uma máxima de todos os tempos contra a lira turca.
A força do dólar continua pressionando para baixo os preços das commodities, com os preços do petróleo bruto em torno de US$ 40 o barril e ouro futuros caindo 0,4% para US$ 1.861 a onça-troy, este último também tendo registrado anteriormente uma nova mínima de dois meses.
Os futuros de prata caíam 3% para US$ 22,40 a onça, enquanto o cobre caía 1,4% para US$ 2,95 a libra. Aqueles que ainda não se cansaram do show de Powell/Mnuchin no Capitólio podem sintonizar novamente a partir das 11h, enquanto Charles Evans do Fed de Chicago deve falar às 14h e o presidente do Fed de Nova York John Williams assume a tribuna às 15h.
4. Trump não assegura transição pacífica
O presidente Donald Trump se recusou a se comprometer com uma transição pacífica de poder após a eleição de novembro, argumentando novamente - sem apresentar qualquer evidência - que o uso generalizado de votos por correspondência resultará em fraude eleitoral.
A perspectiva provável de Trump lançar desafios legais aos resultados da votação em estados que vão contra ele em novembro acrescentou mais veneno ao debate em torno de sua pressa em preencher a cadeira da Suprema Corte deixada vaga pela morte de Ruth Bader Ginsburg no fim de semana. Trump disse na quarta-feira que quer nove juízes na Suprema Corte antes da eleição porque ele acha que isso vai acabar decidindo o vencedor.
Enquanto isso, em Louisville, Kentucky, os manifestantes atiraram em dois policiais em uma agitação depois que um júri decidiu não indiciar nenhum dos envolvidos no assassinato da profissional de saúde Breonna Taylor. A decisão também gerou protestos violentos em outros lugares, com Portland, Oregon, testemunhando ainda mais tumultos.
5. França aperta restrições à medida que melhora a confiança dos empresários
O sentimento dos negócios europeus continua melhorando, mas não se sabe por quanto tempo.
Pesquisas de confiança divulgadas na França e na Alemanha apontaram para uma recuperação contínua, especialmente na indústria, com o índice Ifo Business Climate de 92,5 para 93,4. O índice de confiança empresarial francês subiu de 92 para 96.
Ambos os números foram os melhores desde março, mas os da Alemanha ficaram aquém das expectativas.
O índice francês superou as previsões, mas teve como pano de fundo novas medidas anunciadas pelo governo para impedir a propagação do vírus da Covid-19. É o terceiro país europeu a fazê-lo esta semana, depois do Reino Unido e da Bélgica. O chefe do tesouro do Reino Unido, Rishi Sunak, deve delinear novos gastos do governo para apoiar o mercado de trabalho mais tarde.