Por Scott Kanowsky e Marianne Paim
Investing.com -- As ações chinesas saltaram com os investidores apostando que os recentes números do desemprego dos EUA podem convencer as autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a manter as taxas de juros estáveis este mês, enquanto os mercados aguardavam mais possíveis medidas de estímulo de Pequim.
Além disso, os líderes internacionais se preparam para participar da cúpula do G20 na Índia no final desta semana, embora o encontro não conte com a presença do presidente chinês Xi Jinping. No Brasil, a Câmara dos Deputados tentará votar taxação de jogos e juros do rotativo nesta semana.
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1. Ações chinesas sobem
As ações da China subiram na segunda-feira, impulsionadas por um lento gotejamento de medidas de estímulo por Pequim e pelos números do mercado de trabalho dos EUA, que reforçaram as previsões de que o Federal Reserve não aumentará as taxas de juros em sua próxima reunião de política.
Os índices Shanghai Shenzhen CSI 300 e Shanghai Composite avançaram mais de 1% cada um, em um dia de negociações relativamente fracas devido ao feriado de fim de verão nos EUA.
Enquanto isso, o índice Hang Seng index, de Hong Kong, subiu mais de 2%, impulsionado por notícias de que a Country Garden Holdings (HK:2007) havia recebido aprovação de seus detentores de títulos para estender alguns prazos de dívida. As ações subiram mais de 15%, tornando-se uma das ações com melhor desempenho no Hang Seng, à medida que cresciam as esperanças de que a incorporadora imobiliária em apuros conseguiria evitar um possível calote.
Os ganhos do mercado acionário de segunda-feira também foram sustentados pelos dados de empregos dos EUA de sexta-feira, que mostraram que a taxa de desemprego subiu, enquanto o crescimento dos salários esfriou. Os mercados estão apostando que o Fed manterá as taxas de juros em suspenso em sua reunião no final deste mês - um possível alívio para as ações asiáticas que foram prejudicadas pelas taxas elevadas no ano passado.
2. Preços do petróleo instáveis
Os preços do petróleo se mantiveram próximos às máximas de três semanas em negociações instáveis, em meio ao otimismo de que os principais produtores de petróleo concordarão com novos cortes na produção, o que poderia manter o aperto da oferta global.
A Rússia disse que irá delinear mais reduções na oferta nesta semana. A declaração aumentou a especulação de que a Arábia Saudita, líder de fato da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, um grupo conhecido como Opep+, também estenderá o corte de um milhão de barris por dia até outubro.
As apostas de que o Fed não aumentará mais as taxas de juros este mês - e, por extensão, não exercerá pressão adicional para baixo sobre a atividade econômica - também impulsionaram os preços da commodity.
Às 7h50 (horário de Brasília), os contratos futuros do Petróleo WTI Futuros eram negociados em alta de 0,16%, a US$ 85,68 por barril, enquanto o contrato do Brent ganhava 0,19%, para US$ 88,72 por barril, com volumes leves devido ao feriado no mercado dos EUA.
Ambos os contratos encerraram a semana passada em seus níveis mais altos em mais de meio ano, recuperando-se após terem se enfraquecido nas duas semanas anteriores.
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3. Cúpula do G20 à frente
Os líderes mundiais se reunirão em Nova Délhi, capital da Índia, para a cúpula do G20 no final desta semana, com os membros ocidentais do grupo em desacordo com as nações em desenvolvimento, como a China e a Rússia, sobre questões importantes como a guerra na Ucrânia e as mudanças climáticas.
Para ilustrar essa divisão, o presidente chinês Xi Jinping decidiu não comparecer, o que ameaça tirar um pouco do brilho do evento. A presença de Xi poderia ter proporcionado uma possível chance para que ele falasse cara a cara com o presidente dos EUA, Joe Biden, durante um período de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Xi e Biden se encontraram pela última vez no fórum anterior do G20, na Indonésia, em novembro.
Biden disse no domingo que estava "desapontado" com o plano de Xi de pular a reunião, mas observou que ele "iria vê-lo". No entanto, Biden não disse quando exatamente essa discussão aconteceria.
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4. Discurso de Lagarde em foco
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, deve discursar no final da sessão, com os investidores ansiosos para ouvir qualquer pista antes da reunião de definição de políticas deste mês.
O que exatamente o BCE planeja fazer com as taxas de juros continua sendo motivo de debate na preparação para o evento de 14 de setembro. De acordo com a Reuters, os mercados monetários viam 30% de chance de um aumento de 25 pontos-base na taxa na última quinta-feira, diminuindo em relação aos 60% da semana anterior.
Assim como outros bancos centrais em todo o mundo, as autoridades do BCE enfrentam a tarefa de esfriar o avanço de preços sem provocar um colapso econômico mais amplo. A solução para o problema tem sido um ciclo de aperto que elevou os custos dos empréstimos a um nível recorde atingido pela última vez quando o BCE estava tentando sustentar o euro em 2001.
Os dados que mostram a inflação da zona do euro bem acima da meta de 2% do BCE e a contração da atividade comercial só aumentaram a incerteza, uma perspectiva que pode levar à volatilidade dos mercados de títulos e do euro antes da reunião.
5. Votação sobre taxação de jogos e juros do cartão de crédito
Mesmo com a proximidade do feriado de 7 de Setembro, que deve encurtar os trabalhos no Congresso Nacional nesta semana, a Câmara dos Deputados vai tentar votar o o projeto de lei que estabelece regras para as apostas esportivas online. Além disso, a base governista também pretende voltar o projeto que trata dos juros rotativos do cartão de crédito, proposta que está atrelado ao programa de negociação de divída, o Desenrola Brasil.
Às 7h55 (de Brasília), o ETF EWZ subia 0,03% no pré-mercado.
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