Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os principais bancos dos EUA começam a apresentar seus relatórios de lucros do segundo trimestre, com os investidores interessados em ver como eles conseguiram superar a turbulência no setor no início deste ano. Em outros lugares, os órgãos reguladores dos EUA continuam sua pressão legal para suspender temporariamente a enorme união entre a Microsoft e a Activision Blizzard, enquanto os atores de Hollywood entram em greve. No Brasil, inicia na próxima segunda programa de renegociação de dívidas.
1. Balanços dos grandes bancos
A crise do setor bancário que começou no início deste ano mostrou sinais de abrandamento, mas ainda não se sabe se ela chegou completamente ao fim.
Uma série de resultados do segundo trimestre dos maiores credores dos EUA - começando pelo JPMorgan Chase (NYSE:JPM), Wells Fargo (NYSE:WFC) e Citigroup (NYSE:C) na sexta-feira - poderá esclarecer melhor essa questão.
Acredita-se que os investidores estejam particularmente atentos à margem de juros líquida: A diferença entre o quanto um banco ganha com empréstimos e títulos e o quanto paga por passivos como depósitos.
Prevê-se que as taxas de juros mais altas, que normalmente aumentem os pagamentos de juros, tenham impulsionado os retornos bancários. Mas a demanda por empréstimos esfriou, enquanto os bancos tiveram que gastar mais para atrair clientes ansiosos a manterem suas contas em vez de migrarem para fundos do mercado monetário de maior rendimento. Como resultado, a margem de juros líquida pode ser reduzida.
Ao mesmo tempo, a realização de negócios lucrativos está em baixa e as novas exigências de capital podem forçar os bancos a recuarem na concessão de empréstimos. Entretanto, os analistas esperam que os maiores bancos ainda mantenham resultados sólidos.
Os futuros das ações dos EUA foram mistos na sexta-feira, mas oscilaram amplamente em torno da linha plana, com os investidores se preparando para o primeiro lote de lucros bancários.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros subia 0,44%, o S&P 500 futuros ganhava 0,07% e o Nasdaq 100 futuros perdia 0,07%.
Os principais índices encerraram a sessão anterior no verde, depois que dados mostraram que o crescimento dos preços ao produtor nos EUA. diminuiu mais do que o previsto em junho. O número, juntamente com um dado mensal mais suave do que o esperado índice de preços ao consumidor na quarta-feira, reforçou as projeções de que o Federal Reserve logo se afastará de seu ciclo de aperto de longa data.
Em uma base semanal, o Dow Jones Industrial Average de base ampla chega às negociações de hoje com alta de 1,9% e o índice de referência S&P 500 ganhou 2,5%. Enquanto isso, o índice de alta tecnologia Nasdaq Composto saltou 3,5%, colocando-o no caminho para sua melhor semana desde março.
2. Nova tentativa de impedir a megafusão Microsoft-Activision
A Comissão Federal de Comércio está em busca de uma nova liminar, impedindo a conclusão da aquisição da Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI) pela Microsoft (NASDAQ:MSFT), marcando o mais recente desenvolvimento no longo drama judicial sobre o que seria o maior negócio da história da indústria de videogames.
No início desta semana, a juíza federal Jacqueline Scott Corley, em São Francisco, rejeitou um pedido semelhante da comissão, afirmando que a agência não conseguiu demonstrar que a união violaria a lei antitruste. Posteriormente, o órgão recorreu da decisão.
Na quinta-feira, a comissão solicitou ao mesmo tribunal que bloqueasse a fusão até que o tribunal de recursos tomasse sua própria decisão. Corley negou o pedido.
A Microsoft está em uma corrida para concluir o negócio antes que seu acordo permanente com a Activision, fabricante de "Call of Duty", expire em 18 de julho. Após essa data, qualquer uma das empresas poderá se afastar da fusão se não conseguir negociar uma extensão.
3. Filas de piquete em Tinseltown
Os atores de Hollywood se juntaram aos roteiristas em uma greve pela primeira vez em mais de seis décadas, após o fracasso das negociações com os principais estúdios, encerrando a produção no setor de cinema e TV.
O SAG-AFTRA, que representa mais de 160.000 atores de televisão e cinema em Hollywood, votou pela paralisação do trabalho à meia-noite em Los Angeles. O sindicato está reivindicando melhores salários e condições de trabalho tanto dos estúdios quanto dos gigantes do streaming, além de exigir proteção contra o uso de réplicas digitais criadas por inteligência artificial.
Enquanto a greve estiver em andamento, os atores não poderão aparecer em filmes ou promover trabalhos que ainda não tenham sido concluídos. Os astros Cillian Murphy, Matt Damon e Emily Blunt deixaram o tapete vermelho da estreia de "Oppenheimer" em Londres na quinta-feira bem cedo.
O grupo que representa os estúdios e os serviços de streaming disse que a greve não era o resultado desejado, alertando que ela levará a "dificuldades financeiras para milhares de pessoas que dependem do setor". Enquanto isso, o chefe da Disney (NYSE:DIS), Bob Iger, disse à CNBC que a greve ocorre no "pior momento do mundo", com Hollywood ainda tentando se recuperar da pandemia.
4. Petróleo em ritmo de ganhos semanais
Os preços do petróleo estavam no caminho certo para registrar ganhos pela terceira semana consecutiva, apesar de terem caído marginalmente na sexta-feira, já que as interrupções no fornecimento na Líbia e na Nigéria aumentaram as esperanças de uma demanda resiliente dos EUA.
Às 8h, os futuros do petróleo dos EUA eram negociados 0,13% mais baixos, a US$ 76,79 por barril, enquanto o Brent caía 0,14%, para US$ 81,25 por barril.
Vários campos de petróleo da Líbia, incluindo o segundo maior do país, Sharara, foram fechados na quinta-feira, enquanto uma suspeita de vazamento no oleoduto suspendeu as exportações do terminal de Forcados, na Nigéria.
Essas interrupções no fornecimento seguem o anúncio da semana passada de cortes adicionais na produção pela Arábia Saudita e pela Rússia e apontam para mercados de petróleo mais apertados nos próximos meses.
Em outros lugares, as recentes leituras sobre a inflação nos EUA alimentaram as expectativas de que o Federal Reserve em breve se afastará dos aumentos das taxas de juros, o que poderia ajudar a impulsionar a demanda no principal consumidor de petróleo do mundo.
5. Programa de renegociação de dívidas brasileiro começa na segunda
O programa de renegociação de dívidas Desenrola, criado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inicia operações na próxima segunda-feira, 17, segundo portaria do Ministério da Fazenda.
Na primeira fase, a renegociação será da segunda faixa, com devedores com renda mensal de até R$20 mil. Além disso, a iniciativa deve priorizar dívidas bancárias, incluindo cartão de crédito. A expectativa do governo é de que 30 milhões de pessoas sejam atendidas nessa faixa. Dessa forma, quem tem interesse em participar, com dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2022 e que continuam ativas, pode procurar as instituições financeiras para renegociar débitos.
Na outra ponta, o governo deve estimular a adesão das instituições financeiras, com a exigência de que o parcelamento seja de pelo menos 12 meses. Com o programa, como benefício, acelere o processo de reconhecimento de créditos tributários dos bancos.
Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,77% no pré-mercado.