Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os futuros de ações em Nova York registram queda, com os investidores se preparando para a divulgação do aguardado relatório de empregos dos EUA de dezembro. Os economistas estão projetando que as folhas de pagamento não agrícolas foram menores do que no mês anterior, embora os dados recentes tenham apontado para a resiliência da demanda de mão de obra, o que poderia impulsionar a tentativa do Federal Reserve de projetar uma aterrissagem suave para a maior economia do mundo.
No Brasil, instituições financeiras reduzem projeções de inflação em 2024.
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1. Folha de pagamento não agrícola (payroll) à frente
Espera-se que a economia americana tenha criado menos empregos em dezembro em comparação com o mês anterior, mas ainda é vista crescendo a uma taxa sólida.
Os economistas estimam que o folhas de pagamento não agrícolas dos EUA tenha aumentado em 170.000 no mês passado, abaixo dos 199.000 de novembro. O Média de ganhos por hora deverá ter aumentado em um ritmo mensal de 0,3%, desacelerando marginalmente em relação à leitura anterior de 0,4%. O taxa de desemprego, enquanto isso, deve ficar em 3,8%, acima dos 3,7%.
Uma série de dados no início desta semana apontou para um quadro de empregos resiliente. As contratações feitas por empregadores privados em dezembro superaram em muito as expectativas e as vagas de emprego caíram para um mínimo de quase três anos.
Mesmo assim, a demanda de mão de obra começou a mostrar alguns sinais de abrandamento constante sob a pressão de uma campanha de aperto de política sem precedentes do Fed, que elevou as taxas de juros a máximas de 22 anos. Porém, se a desaceleração continuar gradual, é um bom presságio para a chamada "aterrissagem suave" - um cenário em que o Federal Reserve consegue derrotar a inflação sem causar um colapso na economia em geral.
Os futuros das ações dos EUA ficaram no vermelho na sexta-feira, com os investidores se preparando para a divulgação do importantíssimo relatório de empregos.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,15%, o S&P futuros recuava 0,2%, e o Nasdaq 100 futuros perdia 0,3%.
O índice de referência S&P 500 recuou 0,3% no pregão de quinta-feira e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composto caiu 0,6%, com a continuação de uma abertura pessimista para o novo ano em Wall Street. Das três principais médias, apenas a Dow Jones Industrial Average de 30 ações fechou em território positivo, subindo 0,03%, graças, em parte, a um sólido desempenho das ações financeiras.
O sentimento de desvalorização vem diminuindo as esperanças de que o Fed fará cortes nas taxas de juros no início de 2024. Apesar de divulgar uma perspectiva para as taxas que foi mais dovish do que as projeções anteriores no mês passado, a ata do Fed publicada esta semana sugeriram que os formuladores de políticas acreditam que os custos dos empréstimos podem permanecer elevados "por algum tempo".
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2. Ouro em ritmo de queda semanal com ganhos do dólar
Os preços do ouro caíram no comércio europeu na sexta-feira, depois de afundar abaixo dos níveis-chave esta semana, enquanto o dólar subiu.
O metal amarelo estava sofrendo algumas perdas na semana, após uma alta perto do final de 2023. Mas os ganhos vacilaram quando os investidores procuraram realizar lucros e a incerteza cresceu em relação aos planos de taxas do Fed.
O ouro caiu 0,15% para US$ 2.040 por onça, enquanto o ouro futuro caiu 0,15% para US$ 2.047 por onça troy.
As apostas recentes de que os cortes nas taxas poderiam começar já em março de 2024 foram reduzidas, estimulando a alta do dólar. O dólar está no caminho certo para um ganho semanal de mais de 1% - o melhor desde julho de 2023.
"O início do ano jogou um pouco de água fria nesse tipo de otimismo [sobre as reduções das taxas em março], e nossa equipe mantém a opinião de que o primeiro corte ocorrerá em maio", disseram analistas do ING em uma nota.
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3. Petróleo em curso para alta semanal
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, impulsionados em parte por preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento causadas pela recente agitação no Oriente Médio.
Às 8h (de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA foram negociados 0,47% mais altos, a US$ 72,53 por barril, enquanto o contrato do Brent subiu 0,27%, para US$ 77,80 por barril.
Ambos os índices de referência estão em curso para encerrar a primeira semana do ano com alta de cerca de 1%. Os ataques dos houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, contra navios no Mar Vermelho alimentaram as preocupações com o fluxo de suprimentos através de uma artéria comercial crucial entre a Europa e a Ásia.
Mas os ganhos foram limitados por dados que mostram um aumento maciço nos estoques de produtos petrolíferos dos EUA na última semana de 2023. A leitura indicou que a demanda permaneceu fraca no maior consumidor de petróleo do mundo.
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4. Fornecedor da Apple Foxconn (TW:2354) alerta para queda de receita no primeiro trimestre
A Foxconn, uma das principais montadoras do smartphone iPhone, carro-chefe da Apple (NASDAQ:AAPL), alertou que prevê um declínio ano a ano na receita do primeiro trimestre, após uma demanda mais fraca no período de três meses anterior.
Em um comunicado, o grupo sediado em Taiwan - formalmente conhecido como Hon Hai Precision Industry Co Ltd - disse que os números da receita do primeiro trimestre enfrentaram uma comparação difícil com os três primeiros meses do ano anterior, quando a receita foi impulsionada pela retomada da atividade normal da fábrica após a covid. A empresa não forneceu orientação numérica específica.
O anúncio foi feito depois que a demanda lenta dos clientes levou a uma receita anual "plana" no quarto trimestre na divisão de eletrônicos de consumo inteligentes da Foxconn, que inclui aparelhos celulares.
Os receios quanto à demanda por iPhones levaram dois analistas a rebaixar as ações da Apple nesta semana, atingindo as ações da gigante da tecnologia. Entretanto, a Apple continua sendo a empresa mais valiosa do mundo em termos de valor de mercado.
5. Reduções nas projeções de inflação no Brasil
Com o processo de desinflação em curso, instituições financeiras cortaram projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A XP (BVMF:XPBR31), em seu relatório Brasil Macro Mensal, passou a estimar 3,7% para o indicador, ante 4,1% anteriores. Assim, para a Selic, a projeção caiu de 10% para 9%. Entre os motivos, estariam “Uma maior deflação global e uma flexibilização mais rápida do Fed sugerem um real um pouco mais forte e a inflação do IPCA mais baixa este ano”. Por outro lado, 2025 deve seguir com 9%, na opinião da XP. “A tendência expansionista dos gastos fiscais e parafiscais continua a ser o principal risco para as perspectivas da política monetária”, completa.
Além disso, a Warren Investimentos também diminuiu as projeções IPCA em 2024, mas de 4,4% para 4,2%, indicando mais riscos baixistas do que altistas. “Gasolina, câmbio, inflação importada via preços ao atacado lá de fora, China, Estados Unidos, essa inflação mundial mais benigna e possíveis medidas no setor elétrico podem trazer a inflação mais de médio prazo para baixo”, apontou Andréa Angelo, estrategista de inflação, em entrevista exclusiva do Investing.com Brasil.
Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,32% no pré-mercado.