Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os principais negociadores de Washington estão se reunindo para conversas de alto risco sobre o aumento do limite da dívida do país. A Home Depot se prepara para divulgar seus últimos resultados, enquanto os números das vendas no varejo dos EUA para abril também devem ser publicados. Em outros lugares, dados econômicos fracos da China deixaram os investidores preocupados com o fato de que a recuperação inicial do país das restrições da covid-19 pode estar perdendo força. No Brasil, apreciação do real frente ao dólar em destaque.
1. Dólar abaixo de R$4,90
O dólar à vista teve ontem o quinto pregão seguido em baixa e rompeu o nível de R$4,90 pela primeira vez desde junho do ano passado, diante da fraqueza da moeda americana e expectativa sobre novas divulgações a respeito de regras mais duras para o arcabouço fiscal. Ao final da sessão, a queda foi de 0,71%, com a moeda americana valendo R$ 4,8882.
De acordo com Vanessa Blum Colloca, diretora da corretora de câmbio Getmoney e colunista do Investing.com Brasil, entre os fatores para a apreciação do real frente ao dólar está o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, que favorece os investimentos de estrangeiros. “O mercado está muito animado com os juros altos e com o arcabouço com algum tipo de punição a ser aplicada caso o governo não cumpra a meta fiscal”, reforça Colloca.
O economista André Perfeito, também colunista do Investing.com Brasil, acredita que o dólar deve chegar a patamares mais baixos, mas pondera que, quando os cortes de juros começarem no mercado local, “os investidores irão ponderar com mais peso a influência dos juros na moeda e provavelmente o real irá se depreciar. Está depreciação não será forte uma vez que a economia brasileira terá ganho momento, mas deve fazer o dólar voltar ao patamar de R$ 5,00 ao final do ano”.
Às 7h55 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,13% no pré-mercado.
2. O prazo para aumentar o limite da dívida se aproxima
Funcionários democratas e republicanos discutem nos bastidores antes da importantíssima reunião de cúpula entre Biden e McCarthy, ainda hoje, segundo a Reuters.
Os dois lados continuam em desacordo com relação às propostas de gastos, embora a Casa Branca não tenha descartado totalmente a ideia de ceder à exigência republicana de um limite para as despesas.
Mas a janela para fazer um acordo está se fechando, com a data prevista para a inadimplência do governo federal em relação às suas dívidas, que deve cair em algum momento no início de junho. Autoridades dos EUA e do exterior alertaram que tal evento poderia ter consequências importantes dentro e fora da maior economia do mundo.
Os futuros dos EUA foram mistos, mas mantiveram-se em grande parte perto da linha plana, à medida que o foco se intensifica nas negociações planejadas sobre o teto da dívida na terça-feira entre o presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, com o prazo estimado para elevar o limite de empréstimos de US $ 31,4 trilhões se aproximando.
Às 7h55 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 27 pontos, ou 0,23%, o S&P 500 futuros recuava 0,05%, e o Nasdaq 100 futuros subia 0,05%.
Os principais índices terminaram no verde na sessão anterior, impulsionados por comentários de Biden no fim de semana de que as negociações com o Congresso estavam prosseguindo.
O blue-chip Dow Jones Industrial Average fechou em alta de 47 pontos, ou 0,14%, enquanto o S&P 500, de base ampla, acrescentou 12 pontos, ou 0,30%, e o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, ganhou 80 pontos, ou 0,66%.
3. Relatório da Home Depot; vendas no varejo dos EUA devem ser divulgadas
The Home Depot (NYSE:HD) será a manchete do último lote de lucros dos EUA na terça-feira, com a expectativa de que a cadeia de varejo de bricolagem relate um declínio nas vendas comparáveis.
Os analistas da Wedbush destacaram que as temperaturas prolongadas do inverno contribuíram para a desaceleração da demanda durante o período, juntamente com a inflação elevada, taxas de juros mais altas e um mercado imobiliário fraco. No entanto, em um prazo mais longo, a projeção é de que o desempenho da empresa permaneça resiliente.
Outros grandes varejistas, Target (NYSE:TGT) e Walmart (NYSE:WMT), também devem divulgar seus resultados esta semana.
Enquanto isso, em relação aos dados econômicos, os números das vendas no varejo dos EUA de abril serão divulgados na terça-feira. Os economistas preveem que as vendas gerais no varejo se recuperarão mensalmente após duas quedas consecutivas em março e fevereiro.
4. Dados econômicos chineses decepcionam
A produção industrial e as vendas no varejo na China cresceram menos do que o esperado em abril, uma vez que a incipiente recuperação do país em relação às rígidas regras da covid-19 mostrou alguns sinais de estagnação.
A produção industrial aumentou 5,6% em relação ao ano anterior, segundo dados do National Bureau of Statistics, muito abaixo das estimativas dos analistas, que eram de 10,9%, refletindo a recente demanda lenta no país e no exterior.
Em outros lugares, as vendas no varejo saltaram 18,4% em abril, ficando aquém das projeções de crescimento de 21%, mas bem acima do aumento de 10,6% observado em março.
A economia da China expandiu-se mais do que o projetado no primeiro trimestre de 2023, embora esse aumento tenha sido, em grande parte, influenciado por uma recuperação nos serviços e no consumo. A manufatura e o setor imobiliário - os principais impulsionadores econômicos da China - ainda estavam sob pressão, sugerindo uma recuperação desigual neste ano.
5. Preços do petróleo sobem
Os preços do petróleo subiram um pouco na terça-feira, com os investidores avaliando os planos dos EUA de reabastecer sua Reserva Estratégica de Petróleo e os dados econômicos mais fracos do que o esperado da China.
Às 7h55 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados 0,11% mais altos, a US$71,19 por barril, enquanto o contrato do Brent subia 0,09%, para US$75,30 por barril. Os dois índices de referência obtiveram ganhos na segunda-feira, após três sessões consecutivas de perdas.
A base da alta foi a notícia de que o Departamento de Energia dos EUA pretende reabastecer o SPR comprando 3 milhões de barris de petróleo bruto para entrega em agosto, mas os números da produção industrial chinesa e das vendas no varejo atenuaram os ganhos.