Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Na terça-feira, os investidores estão se preparando para analisar uma enxurrada de resultados corporativos de grandes marcas como Merck, Starbucks e Caterpillar . Enquanto isso, a Meta Platforms, proprietária do Facebook, está se preparando para lançar um novo chatbot de inteligência artificial que pode assumir a personalidade de diferentes personagens. Em outro lugar, uma placa brilhante e pulsante no telhado da sede do recém-renomeado grupo de mídia social X, de Elon Musk, foi retirada depois de gerar polêmica com os moradores locais. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa reunião para definição da taxa de juros, com expectativa de início do ciclo de afrouxamento monetário.
1. Futuros em baixa em semana de lucros americanos
Os futuros das ações dos EUA ficaram abaixo da linha plana na terça-feira, com o início de um novo mês de negociações e a divulgação de um fluxo de lucros corporativos.
Às 8h01 (de Brasília), o contrato Dow futuros recuava 0,11%, o S&P futuros perdia 0,12%, e o Nasdaq 100 futuros caía 0,18%.
Os principais índices encerraram julho no verde, com o índice de referência S&P 500 saltando 3,1% durante o mês após o encerramento das negociações na segunda-feira. Foi o quinto mês consecutivo de ganhos do índice - a sequência mais longa desde 2021. O Dow Jones Industrial Average também subiu mais de 3% em julho, enquanto o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, adicionou cerca de 4,1%.
Sinais emergentes de arrefecimento da inflação, atividade econômica resiliente e expectativas de que o Federal Reserve possa em breve recuar de uma campanha agressiva de aumentos nas taxa de juros se combinaram para ajudar a sustentar uma recuperação generalizada das ações. Enquanto isso, a temporada de lucros do segundo trimestre apresentou resultados mais fortes do que o esperado de uma série de grandes empresas.
Uma série de retornos corporativos deve ser divulgada na terça-feira, acelerando o ritmo de uma semana movimentada, na qual mais de 160 empresas constituintes do S&P divulgarão seus últimos lucros trimestrais.
As principais divulgações de terça-feira, antes do início das negociações nos EUA, são as empresas farmacêuticas Merck (NYSE:MRK) e Pfizer (NYSE:PFE), bem como a gigante dos equipamentos de construção - e termômetro econômico - Caterpillar (NYSE:CAT). A fabricante de chips AMD (NASDAQ:AMD) e a cadeia de cafeterias Starbucks (NASDAQ:SBUX) também divulgarão seus resultados após o sino.
No final da semana, as gigantes da tecnologia Amazon (NASDAQ:AMZN) e Apple (NASDAQ:AAPL) deverão apresentar seus últimos lucros.
Mais da metade das empresas das empresas do S&P 500 index já apresentou seus relatórios. De acordo com os dados da FactSet citados pela CNBC, quatro quintos dessas empresas registraram lucros que superaram as estimativas de Wall Street.
2. Meta se prepara para lançar chatbots com IA - FT
A Meta Platforms (NASDAQ:META) está se preparando para lançar novos chatbots alimentados por inteligência artificial que têm personalidades diferentes, de acordo com uma reportagem do Financial Times, enquanto a empresa controladora do Facebook tenta aumentar o envolvimento dos usuários.
Citando pessoas familiarizadas com o assunto, o jornal disse que a Meta está trabalhando em protótipos que podem manter conversas semelhantes às humanas. Algumas versões da IA, conhecidas internamente como "personas", podem assumir vários personagens, acrescentou o FT. Fontes também disseram ao jornal que a Meta está explorando um chatbot que fala como Abraham Lincoln ou outro que dá conselhos de viagem no estilo de um surfista.
Os chatbots, que, segundo o FT, poderiam ser lançados já em setembro, estão sendo projetados para criar uma nova função de busca e oferecer recomendações.
A Meta se recusou a comentar o FT.
O relatório surge no momento em que a gigante da tecnologia de Menlo Park, Califórnia, enfrenta uma concorrência acirrada para atrair usuários e mantê-los engajados em suas plataformas. Como outros participantes do Vale do Silício, a Meta também está em uma corrida para desenvolver - e, em última análise, lucrar com - a tecnologia de IA.
3. Sinal X polêmico desmontado
Um grande X brilhante no telhado da sede de São Francisco da X - a empresa de mensagens de texto curto anteriormente conhecida como Twitter - foi removido após uma série de reclamações dos vizinhos.
O sinal piscante foi colocado no topo dos escritórios da empresa no arranha-céu da Market Street na última sexta-feira. Durante o fim de semana, 24 reclamações sobre o X foram registradas no departamento de construção da cidade, informou a Reuters. Os moradores locais estavam gravando vídeos mostrando a luz pulsante, criticando-a como uma presença intrusiva na área.
Um porta-voz do Departamento de Inspeção Predial de São Francisco disse à Reuters que os inspetores observaram a estrutura sendo desmontada na segunda-feira, acrescentando que os proprietários serão multados pela "instalação não permitida da estrutura iluminada".
A X, por sua vez, alegou que a placa foi retirada voluntariamente.
A controvérsia ocorre no momento em que o proprietário da X, Elon Musk, está tentando reformular o grupo de mídia social e transformá-lo no chamado "aplicativo completo", que inclui tudo, desde pagamentos a caronas. Musk também disse que manteria o X em São Francisco, apesar do que ele descreveu como uma "espiral de destruição" de empresas que estão deixando a cidade.
4. Petróleo cai
Os preços do petróleo caíram na terça-feira, em um sinal de possível realização de lucros após uma alta em julho, que foi apoiada pelo aperto da oferta global e pela esperança de uma recuperação da demanda no segundo semestre do ano.
Às 8h05, os contratos futuros do petróleo dos EUA foram negociados 0,31% mais baixos, a US$ 81,55 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 0,19%, para US$ 85,27 por barril.
Analistas citados pela Reuters argumentaram que os preços do petróleo podem estar se corrigindo após terem sido comprados em excesso nos últimos meses. Enquanto isso, o sentimento foi prejudicado por uma pesquisa privada que sugeriu mais fraqueza na economia chinesa, o maior importador de petróleo do mundo.
No entanto, tanto o petróleo dos EUA quanto o Brent atingiram seus níveis mais altos desde abril na segunda-feira, impulsionados em parte pela perspectiva de cortes na produção da Arábia Saudita e da Rússia neste mês. Segundo informações, Riad também deverá estender suas reduções até setembro em uma reunião nesta sexta-feira da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados.
Enquanto isso, os investidores estão ficando mais confiantes de que o Federal Reserve poderá reduzir a inflação sem causar um colapso mais amplo da economia dos EUA. De acordo com os analistas, esse cenário, que foi apelidado de "aterrissagem suave", poderia ajudar a impulsionar a demanda de combustível no final deste ano nos EUA, o maior consumidor de petróleo do mundo.
5. Inicia reunião para definição da taxa de juros brasileira
A reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira, 01º de agosto. A decisão a respeito da taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, será anunciada na quarta, 02, com projeções para corte, mas divergência da magnitude. Ainda que o consenso esteja em 0,25 ponto percentual, as apostas em 0,50 ponto aumentaram as últimas semanas, principalmente após os dados de prévia da inflação oficial, indicando diminuição da pressão nos preços.
Com Selic atualmente em 13,75%, a expectativa é grande para o início do ciclo de afrouxamento monetário, inclusive para empresas que são mais sensíveis à taxa de juros, como varejistas e small caps. Ou seja, se a tão aguardada flexibilização se concretizar de fato, deve movimentar os mercados.
Em entrevista ao Investing.com Brasil, o economista André Perfeito acredita que o Copom tende a ser mais incisivo e, assim espera um corte de 0,50 ponto. “Uma vez formada a convicção na direção, geralmente os participantes do Comitê mais intensos do que o mercado projeta”, aponta Perfeito.
Às 8h, o ETF EWZ iShares (NYSE:EWZ) estava estável no pré-mercado.