Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os futuros das ações dos EUA apontavam para uma abertura em baixa das Bolsas em Nova York nesta terça-feira, 5, com os mercados aguardando dados do mercado de trabalho dos EUA e comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) ainda nesta semana.
Em Wall Street, as ações da Tesla caíram nas negociações após o horário regular de pregão, devido à queda nas entregas de seus veículos fabricados na China, enquanto, no mercado de criptomoedas, o preço do bitcoin se aproxima do pico histórico.
No Brasil, segue a repercussão a respeito de possível ampliação da autonomia do Banco Central em meio à greve de funcionários.
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1. Futuros americanos em baixa
Os principais índices acionários dos EUA operavam em baixa no pré-mercado desta terça-feira, com os investidores aguardando os dados de emprego e o depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso nesta semana.
Às 8h13 (horário de Brasília), os contratos futuros do Dow Jones recuavam 0,09%, os do S&P 500 cediam 0,28%, e os do Nasdaq Composite perdiam 0,63%.
As bolsas americanas encerraram o pregão de segunda-feira no vermelho, após uma sessão volátil. O S&P 500, principal índice acionário dos EUA, chegou a bater novas máximas históricas durante o dia, impulsionado pelo forte desempenho do setor de semicondutores, que se beneficiou da demanda por produtos de inteligência artificial. No entanto, o otimismo se esvaiu na reta final, com os investidores realizando lucros.
Os agentes do mercado se preparam para a divulgação do relatório de empregos urbanos (payroll) de fevereiro, na sexta-feira, que pode trazer pistas sobre a recuperação do mercado de trabalho americano. O dado também pode afetar as expectativas sobre os próximos passos do Fed em relação à política monetária. Powell, por sua vez, falará aos parlamentares americanos na quarta e quinta-feira, e poderá sinalizar sua visão sobre a economia e a inflação.
A rede varejista Target (NYSE:TGT) divulgará seus resultados trimestrais na terça-feira, o que pode oferecer uma atualização sobre o comportamento dos consumidores americanos.
Os números do concorrente Walmart (NYSE:WMT) indicam que os compradores, preocupados com a alta dos preços e dos juros, estão priorizando as compras de itens básicos em detrimento de bens duráveis.
Enquanto o Walmart se destacou por sua estratégia de oferecer alimentos de baixo custo, a Target sofreu com a redução dos gastos dos clientes com produtos para o lar, eletrônicos e roupas. A empresa, com sede em Minneapolis, alertou em novembro que, apesar de uma melhora no cenário, fatores adversos, como o aumento do endividamento e o pagamento de dívidas estudantis, podem continuar pesando.
Como resposta, a Target anunciou que lançaria produtos mais baratos para o período de festas, além de oferecer descontos em algumas joias e utensílios domésticos.
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2. As ações da Tesla caem devido às fracas remessas da fábrica chinesa
As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) despencaram mais de 7% no “after market”, após a fabricante de veículos elétricos reportar uma queda expressiva nas remessas de seus carros produzidos na China em fevereiro.
A Tesla registrou uma redução de 19% na comparação anual nas entregas de veículos elétricos fabricados em sua planta em Xangai, para 60.365 unidades, o menor nível desde dezembro de 2022, possivelmente afetada pelas paralisações causadas pelas festividades do Ano-Novo Lunar.
O recuo ocorreu em meio a uma acirrada disputa de preços com seus rivais chineses pelo maior mercado de veículos elétricos do mundo. Na semana passada, a Tesla lançou novos incentivos de quase US$ 5.000 para atrair os consumidores chineses a adquirirem seus modelos Y e 3.
A demanda enfraquecida também abre espaço para mais cortes de preços no país - uma tendência que é desfavorável para todos os participantes do setor de veículos elétricos na China, uma vez que tem prejudicado as margens de lucro.
As ações das empresas chinesas de veículos elétricos, como BYD (HK:1211), Nio (HK:9866), Xpeng (HK:9868) e Li Auto (NASDAQ:LI) Inc (HK:2015), recuaram no mercado de Hong Kong, arrastando o índice Hang Seng para baixo.
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3. Bitcoin perto de novo recorde histórico
O bitcoin se aproximou de sua máxima histórica no mercado asiático na terça-feira, superando brevemente os US$ 68.000, em meio à forte demanda pelo ativo digital, que se beneficiou da aprovação de fundos negociados em bolsa nos EUA.
A principal criptomoeda do mundo avançou 2,83%, para US$ 66.808,5. Horas antes, ela havia disparado 8,4%, atingindo o maior nível em mais de dois anos, de US$ 68.450,9 - a apenas US$ 548 de seu recorde de US$ 68.999, registrado no fim de 2021.
O bitcoin foi impulsionado principalmente pelo fluxo contínuo de capital para o setor, especialmente após o aval de vários ETFs nos EUA que seguem diretamente o preço da moeda digital. Sua correlação com as ações de tecnologia também ajudou nos ganhos recentes.
Enquanto isso, os mercados esperavam pela próxima redução pela metade da recompensa pela mineração de novos bitcoins, o chamado halving, um evento que deve enxugar a oferta.
Dados da CoinShares, gestora de ativos digitais, mostraram que os produtos de investimento ligados ao bitcoin registraram a quinta semana seguida de entrada de recursos na semana até 4 de março, somando US$ 1,7 bilhão.
Apesar do aumento das apostas contrárias ao bitcoin, os ETFs negociados nos EUA atrelados a ele, especialmente o iShares bitcoin Trust (NASDAQ:IBIT) e o Fidelity Wise Origin bitcoin Fund (NYSE:FBTC), atraíram a maior parte dos fluxos de entrada.
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4. Petróleo recua com previsão de consumo menor na China
O petróleo recuou no mercado europeu na terça-feira, devolvendo parte das perdas da sessão anterior e sem sustentação, diante da previsão de crescimento econômico moderado da China, o maior importador da commodity, para 2024.
A China estipulou uma meta de expansão do produto interno bruto (PIB) de 5% para este ano. A meta e outras medidas econômicas foram anunciadas em um relatório oficial divulgado durante o Congresso Nacional do Povo anual.
Embora Pequim tenha proposto mais reformas econômicas para apoiar o crescimento, a mensagem do governo não trouxe grandes novidades em relação aos seus sinais anteriores, deixando pouco para esclarecer a visão dos investidores sobre o que tem sido, em grande parte, uma recuperação econômica lenta na China.
As especulações sobre um cessar-fogo entre Israel e Hamas e os receios de uma queda na demanda também pesaram sobre os preços, ofuscando parcialmente uma perspectiva mais apertada para a oferta. Apesar de os preços terem recebido inicialmente algum suporte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, que prorrogaram seus atuais cortes de produção, essa tendência parece ter perdido força.
O petróleo Brent futuros para maio recuou 0,13%, para US$ 82,69 o barril, enquanto o West Texas Intermediate futuros para abril cedeu 0,27%, para US$ 77,53 o barril.
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5. Autonomia financeira do Banco Central em pauta
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vem defendendo a ampliação da autonomia da instituição em meio à greve de seus funcionários, que pedem reajustes salariais.
Segundo Campos Neto, a entidade precisaria de autonomia financeira para ampliar o “arcabouço de autonomia”, conforme disse à Folha. A autarquia possui autonomia operacional prevista em lei há três anos, mas seu orçamento é viabilizado pela União. Ou seja, a negociação de elevações salariais e outros gastos não depende da própria instituição.
Como problema, de acordo com o presidente do BC, estaria um “derretimento” dos quadros do banco, e que as greves atrapalharam de forma expressiva o funcionamento interno. A divulgação de alguns indicadores também vem sendo prejudicada, como é o caso do Boletim Focus, que apresenta projeções econômicas de mercado.
Campos Neto disse que 90% dos bancos centrais do mundo com autonomia operacional também possuem autonomia financeira. No entanto, ainda que defenda a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto, o governo é contrário a essa medida.
Às 8h15 (de Brasília), o ETF (NYSE:EWZ) estava estável no pré-mercado.
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