Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os mercados aguardam novos números da inflação dos EUA hoje, que podem influenciar a forma como o Federal Reserve (Fed, banco central americano) aborda possíveis cortes nas taxas de juros este ano. Os futuros das ações em Wall Street operavam em alta antes da abertura das Bolsas em Nova York e da divulgação dos dados.
Ainda nos EUA, as ações da Oracle (NYSE:ORCL) subiram após o horário regular de pregão, depois que o grupo de tecnologia divulgou resultados acima das expectativas, graças ao impulso da inteligência artificial (IA).
No mercado cripto, o preço do bitcoin permanece perto da nova máxima histórica tocada recentemente.
No Brasil, expectativa para divulgação da inflação ao consumidor.
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1. Inflação nos EUA e perspectivas do mercado
Os indicadores de inflação dos Estados Unidos para fevereiro serão o foco das atenções na terça-feira,12, com os mercados aguardando sinais que possam influenciar a direção futura da política monetária do Federal Reserve. A expectativa é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mantenha o ritmo anual de 3,1%, enquanto o núcleo do IPC, que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis, deve mostrar uma desaceleração para 3,7% em relação aos 3,9% de janeiro.
A atenção se volta principalmente para a variação mensal, que pode revelar mais sobre a tendência dos preços. Projeções indicam um leve aumento para 0,4% no índice geral e uma diminuição marginal para 0,3% no núcleo.
O Fed tem como meta principal reduzir a inflação, promovendo uma série de elevações nas taxas de juros que levaram os custos de empréstimos aos maiores patamares em mais de duas décadas. Cortes nas taxas podem ocorrer ainda este ano, condicionados à confirmação de que a inflação está recuando de forma consistente para a meta de 2%.
Os futuros de ações dos EUA apresentaram alta antes da divulgação dos dados, com o Dow futuros registrando um aumento de 0,01%, o S&P 500 futuros subindo 0,3%, e o Nasdaq 100 futuros avançando 0,49%. O S&P 500 e o Nasdaq Composite, contudo, sofreram quedas na segunda-feira, impactados pela baixa nas ações de semicondutores como Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD), enquanto o Dow Jones Industrial Average cresceu 0,1%, apesar das perdas da Boeing (NYSE:BA) após investigações do Departamento de Justiça.
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2. Oracle sobe com impacto positivo de IA no balanço
A Oracle se destacou nas negociações do “after market”, com um salto de quase 13% em suas ações após reportar lucros trimestrais acima das expectativas, impulsionados pela crescente demanda por suas soluções de IA.
O lucro por ação ajustado foi de US$ 1,41, um aumento de 16% e acima das previsões de US$ 1,38. A receita ajustada alcançou US$ 13,28 bilhões, alinhada às expectativas.
A empresa de serviços em nuvem anunciou uma parceria iminente com a Nvidia e destacou a importância da IA em uma conferência com analistas pós-resultados. A Nvidia, conhecida por seus chips otimizados para IA, é uma peça chave para os clientes da Oracle.
O sucesso da Oracle reverberou em outras gigantes da tecnologia, com a Nvidia subindo 1,96%, a Microsoft (NASDAQ:MSFT) aumentando 0,53% e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) valorizando 0,28% após o encerramento do mercado.
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3. Bitcoin perto das máximas históricas
O Bitcoin, a principal criptomoeda global, manteve-se próximo a seus níveis recordes, sustentado por um fluxo contínuo de investimentos em fundos de índice (ETFs) à vista, endossados pelos reguladores financeiros dos EUA no início do ano.
A moeda digital registrou uma valorização de 0,39%, cotada a US$ 71.885, recuando ligeiramente dos ganhos das sessões asiáticas, mas ainda assim próxima ao seu ápice histórico de US$72.771, alcançado na segunda-feira.
O recente impulso do Bitcoin decorre, em parte, da aprovação dos ETFs à vista em janeiro, atraindo significativo capital institucional para o ativo.
Além disso, a MicroStrategy (NASDAQ:MSTR), maior acionista corporativa do Bitcoin, adquiriu 12.000 unidades da criptomoeda na segunda-feira, através de financiamento.
4. Petróleo em alta
Os preços do petróleo apresentaram leve alta na terça-feira, embora com ganhos contidos pela prudência dos investidores ante a expectativa dos dados de inflação dos EUA e o aguardado relatório mensal da Opep.
Os valores do petróleo têm oscilado dentro de um intervalo definido, refletindo as incertezas quanto à demanda e oferta. Os contratos futuros do Brent e do WTI operaram entre US$ 85 e US$ 75 por barril nas últimas três semanas.
O mercado petrolífero está atento aos indicativos de retração na demanda chinesa, o maior importador mundial de petróleo. Com metas de crescimento moderadas para 2024 e escassas medidas de estímulo por parte de Pequim, as preocupações são parcialmente mitigadas pela expectativa de aumento na demanda de petróleo dos EUA, impulsionada pela retomada da produção em diversas refinarias americanas.
Agora, os olhares se voltam para o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que fornecerá indicativos adicionais sobre a demanda, especialmente após a entidade confirmar a manutenção dos cortes de produção até o final de junho.
Paralelamente, a persistência do conflito entre Israel e Hamas sinaliza riscos contínuos para o fornecimento de petróleo na região do Oriente Médio.
O contrato futuro do petróleo Brent para maio registrou um incremento de 0,13%, negociado a US$ 82,19 por barril, enquanto o West Texas Intermediate futuro observou uma valorização de 0,55%, cotado a US$ 78,36 por barril.
CONFIRA: Cotações das commodities
5. IPCA no Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta hoje dados da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa consensual indica uma alta de 0,78%, igual à variação da prévia de meio do mês, que foi puxada principalmente pelo grupo educação. No mês de janeiro, o IPCA subiu 0,42%.
As altas nas mensalidades de escolas neste início do ano vão ser destaque, de acordo com André Braz, economista e coordenador adjunto do índice de preços ao consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Os alimentos in natura, que tradicionalmente sobem de preço no verão, dado o rigor do clima nesta estação, também chamarão a atenção. A gasolina, que teve aumento do ICMS, aparecerá impulsionando o grupo transportes”, completa Braz.
Às 7h50 (de Brasília), o ETF (NYSE:EWZ) subia 0,19% no pré-mercado.
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