Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 05.06.2025, 08:16
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operavam perto da estabilidade nesta quinta-feira, após uma sessão de negociações mistas, enquanto os mercados tentam medir os impactos da agenda tarifária do presidente Donald Trump sobre a atividade econômica.

O Banco Central Europeu (BCE) deve reduzir as taxas de juros logo mais, embora investidores questionem se a autoridade monetária poderá sinalizar uma transição para uma postura mais neutra nos próximos meses.

Também está prevista a divulgação dos dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, na expectativa pelo relatório oficial de criação de empregos urbanos (payroll), que será publicado na sexta-feira.

No Brasil, os investidores seguem atentos à condução da política fiscal do governo, bem como a dados consolidados da balança comercial em maio.

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1. Futuros dos EUA perto da estabilidade

Os contratos futuros dos principais índices acionários dos EUA operavam com variações discretas nesta quinta-feira, em meio à cautela dos investidores diante da combinação entre dados mais fracos do mercado de trabalho e incertezas em torno da política tarifária do presidente Donald Trump.

Por volta das 7h30 de Brasília, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq 100 permaneciam praticamente estáveis no mercado futuro.

A percepção de risco aumentou após a divulgação de dados econômicos que indicaram os primeiros sinais de enfraquecimento decorrentes da política tarifária dos EUA. Tanto o relatório de emprego no setor privado quanto o índice de atividade de serviços vieram abaixo das projeções. Além disso, o Livro Bege do Federal Reserve apontou para uma desaceleração da atividade econômica, em função da alta nos preços causada pelas tarifas.

Em paralelo, a elevação das tarifas sobre aço e alumínio para 50% entrou em vigor na quarta-feira. Apesar disso, há alguma expectativa no mercado de que os EUA cheguem a acordos com outras nações antes da entrada em vigor de novas medidas em julho. Uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping ainda esta semana é acompanhada de perto, diante da esperança de um alívio nas tensões comerciais entre as duas maiores economias globais.

2. Expectativa de corte de juros pelo BCE

O Banco Central Europeu (BCE) deve reduzir os juros em sua reunião de política monetária nesta quinta-feira, movimento amplamente antecipado após dados recentes confirmarem que a inflação da zona do euro permanece abaixo da meta oficial.

Desde junho do ano passado, a autoridade monetária já realizou sete cortes nas taxas de juros, tentando reagir a um ambiente de crescimento moderado nos salários e atividade econômica debilitada, fatores que contribuem para a redução das pressões inflacionárias.

Em maio, a inflação ao consumidor nos 20 países que utilizam o euro recuou para 1,9%, abaixo da estimativa de 2,0%, com destaque para a queda nos preços de energia e menores custos de serviços. Em abril, a taxa foi de 2,2%.

O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis, também desacelerou, passando de 2,7% para 2,3%, segundo a Eurostat.

Embora os números indiquem uma trajetória abaixo da meta de 2%, o mercado já considera praticamente certa uma redução de 25 pontos-base na taxa de depósitos, que passaria para 2,0%.

Mesmo assim, o encontro pode apresentar divergências internas. Analistas do ING alertaram que, apesar de existirem argumentos sólidos para a continuidade dos cortes, membros mais conservadores do conselho podem defender uma postura mais prudente, retardando novos estímulos.

3. Pedidos de auxílio-desemprego em destaque

Nos EUA, o dado de maior interesse da agenda econômica desta quinta-feira será o número de solicitações semanais de auxílio-desemprego, o qual integra um conjunto de indicadores trabalhistas aguardados com atenção pelos agentes do mercado.

A expectativa é de que 236 mil americanos tenham requisitado o benefício pela primeira vez, número inferior aos 240 mil registrados na semana anterior, encerrada em 24 de maio.

Outros relatórios já divulgados nesta semana mostraram um desempenho aquém do esperado na criação de vagas no setor privado em maio, sugerindo uma possível desaceleração na contratação em meio à incerteza provocada pelas disputas comerciais. Em contrapartida, o número de vagas abertas em abril aumentou, embora os desligamentos também tenham crescido, combinação que pode sinalizar fragilidade no ritmo da demanda por mão de obra.

Esses dados servem como termômetro para o relatório oficial de empregos, programado para sexta-feira, que deve mostrar um aumento de 130 mil postos de trabalho em maio, abaixo dos 177 mil registrados em abril.

4. Petróleo avança após perdas

Os contratos de petróleo operavam em leve alta nesta quinta-feira, após recuarem na véspera. A divulgação de aumento nos estoques de gasolina e destilados nos EUA renovou dúvidas sobre a força da demanda no país.

No momento da redação, os contratos futuros do Brent registravam valorização de 0,5%, a US$ 65,17 por barril. Já o WTI avançava 0,4%, a US$ 63,09.

Na quarta-feira, ambos os benchmarks caíram mais de 1%, apesar de os estoques de petróleo bruto nos EUA terem caído 4,3 milhões de barris na semana, superando as projeções.

Por outro lado, os estoques de gasolina aumentaram em 5,2 milhões de barris, bem acima das estimativas, e os de destilados cresceram em 4,2 milhões de barris.

Os números levantaram preocupações sobre o consumo de combustíveis nos EUA, especialmente com o início da temporada de viagens de verão, quando normalmente há maior movimentação nas estradas.

5. Balança comercial no Brasil

Os ativos brasileiros reagiram ontem à continuidade das incertezas em torno da condução da política fiscal do governo. Embora declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre uma possível coordenação entre Executivo e Congresso tenham sido inicialmente bem recebidas, a ausência de medidas concretas e a cautela quanto ao futuro do pacote fiscal limitaram o apetite por risco.

Além disso, a queda na popularidade do governo Lula, segundo pesquisa Genial/Quaest, reacendeu receios de iniciativas populistas que possam agravar a fragilidade das contas públicas.

O resultado foi que o dólar fechou o pregão em alta de 0,14%, a US$ 5,6450, e o Ibovespa recuou 0,40%, aos 137.001 pontos, pressionado também pela queda das ações da Petrobras (BVMF:PETR4), em reflexo da desvalorização do petróleo no mercado internacional e preocupações com eventuais iniciativas do governo para ampliar a arrecadação junto ao setor.

Sem grandes destaques na agenda econômica de hoje, os investidores devem acompanhar à tarde os números consolidados da balança comercial do Brasil para o mês de maio pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Na quarta semana do mês passado, as transações comerciais do Brasil com o exterior apresentaram superávit de US$ 2,297 bilhões e, no acumulado do mês, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o saldo foi de US$ 6,483 bilhões, enquanto no ano o superávit atinge US$ 24,212 bilhões.

As exportações somaram US$ 24,08 bilhões até a quarta semana de maio, alta de 4,7% na comparação anual, com avanços em agropecuária, indústria extrativa e indústria de transformação. As importações também subiram, com expansão de 5,5% no período, puxada pelo aumento na indústria de transformação, apesar das quedas em agropecuária e indústria extrativa.

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