Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 17.07.2025, 08:22
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas em Nova York operavam sem direção única na manhã desta quinta-feira, em meio à cautela dos investidores após uma sessão marcada por forte volatilidade.

O movimento ocorreu após a circulação de rumores de que o presidente Donald Trump teria a intenção de demitir Jerome Powell, atual presidente do Federal Reserve, possibilidade que foi posteriormente negada, mas não inteiramente descartada pelo chefe do Executivo.

Ao mesmo tempo, uma sondagem com empresas americanas apontou aceleração na atividade econômica, ainda que persistam preocupações com os efeitos da política tarifária.

No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma a maior parte do decreto do governo que aumenta o imposto sobre operações financeiras (IOF). Os investidores também analisarão mais dados sobre a inflação.

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1. Futuros mistos em Wall Street com balanços em foco

Os principais índices futuros operavam próximos da estabilidade por volta das 8 h de Brasília, à medida que o mercado se prepara para nova leva de resultados corporativos. O Dow Jones recuava 0,21%, enquanto o S&P 500 caía 0,02% e o Nasdaq 100 subia 0,04% no mercado futuro.

Na sessão anterior, o mercado reagiu a declarações envolvendo o comando do Fed. As bolsas chegaram a recuar, o dólar perdeu força e o ouro renovou máximas, após reportagens indicarem que Trump estaria prestes a afastar Powell. A reversão veio com a negativa do presidente, que afirmou não ter planos imediatos de demissão.

“Por cerca de uma hora, o cenário parecia caminhar para a remoção de Powell”, escreveram analistas do ING em relatório. “Diante do episódio, os mercados demonstraram resiliência a manchetes desse tipo.”

Além disso, os números estáveis do índice de preços ao produtor (IPP) de junho ajudaram a conter parte dos temores inflacionários gerados por dados anteriores sobre preços ao consumidor.

2. Trump nega intenção de destituir presidente do Fed, mas mantém pressão

Apesar do desmentido, o foco do mercado continuou sobre a tensão entre Trump e Powell. O presidente do Fed vem sendo alvo frequente das críticas de Trump, que o acusa de adotar uma postura excessivamente conservadora na condução dos juros, mesmo diante da fragilidade econômica agravada pela política tarifária.

Na quarta-feira, Trump afirmou não ter planos de demitir Powell, rebatendo um relatório que sugeria o contrário. Ainda assim, indicou que a possibilidade não está completamente fora de questão.

O presidente americano disse considerar “altamente improvável” que Powell seja afastado sob alegações de fraude, em referência às críticas de parlamentares republicanos ao custo elevado, estimado em US$ 2,5 bilhões, da renovação da sede do Fed em Washington. A autoridade monetária defendeu a gestão do projeto.

Posteriormente, em entrevista, Trump afirmou que “gostaria” que Powell renunciasse, mas ressaltou que essa decisão cabe exclusivamente ao presidente do Fed. Nomeado por Trump em 2017, Powell afirmou que pretende cumprir integralmente seu mandato, com término previsto para maio de 2026.

3. Livro Bege aponta aceleração econômica com alertas sobre tarifas

O mais recente Livro Bege do Federal Reserve indicou que a atividade econômica dos Estados Unidos avançou entre junho e o início de julho, mas o panorama permanece incerto diante dos impactos potenciais da estratégia comercial da Casa Branca.

O documento, que consolida relatos de empresas em todo o país, apontou melhora no ritmo da atividade, mas destacou que as empresas seguem adotando um viés “neutro a levemente pessimista” em relação ao cenário futuro.

Segundo o relatório, representantes de diversos setores esperam que as pressões sobre os custos permaneçam elevadas nos próximos meses, o que pode levar a uma nova rodada de alta nos preços ao consumidor ao longo do segundo semestre.

Todos os 12 distritos do Fed relataram impactos das tarifas, principalmente via repasses de custos, embora algumas empresas tenham relatado benefícios com a realocação de operações produtivas para dentro do país.

4. Netflix divulga balanço após o fechamento

Entre os destaques da agenda corporativa desta quinta-feira está o resultado da Netflix (NASDAQ:NFLX), previsto para o fim do pregão.

Analistas da Vital Knowledge afirmaram que esperam “números robustos” da empresa, com expansão de sua presença no mercado de streaming. Ainda assim, alertaram para o risco de que as expectativas de curto prazo em torno da companhia estejam excessivamente elevadas.

Outros nomes aguardados incluem GE Aerospace, Pepsico (NASDAQ:PEP), Elevance Health e Cintas Corporation (NASDAQ:CTAS), que também devem apresentar seus resultados mais recentes.

Segundo a equipe da Vital Knowledge, a sequência de balanços positivos e projeções construtivas observada nos últimos dias tem servido como um ponto de apoio relevante para o mercado acionário.

5. Governo celebra volta do IOF; investidores monitoram inflação

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, validou quase integralmente o decreto do governo federal que eleva a alíquota do IOF, impondo derrota ao Congresso.

A decisão mantém o aumento da cobrança sobre crédito a empresas, câmbio, previdência privada e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), mas exclui o chamado "risco sacado", operação de antecipação de recebíveis comum no comércio para reforço do capital de giro.

Com isso, a Fazenda estima perda de R$ 4 bilhões na arrecadação prevista, que era de R$ 12 bilhões em 2025 e R$ 31,2 bilhões em 2026.

A mudança eleva custos financeiros para empresas e investidores de alta renda, com impacto direto sobre aportes em previdência e fundos estruturados.

Ontem, a Comissão Especial do Imposto de Renda da Câmara aprovou por unanimidade o relatório do deputado Arthur Lira que amplia a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, com desconto parcial até R$ 7.350.

A proposta, que ainda será votada em plenário a partir de agosto, prevê compensações fiscais por meio de um imposto mínimo de 10% sobre rendas anuais acima de R$ 600 mil e pela tributação de dividendos enviados ao exterior.

A medida representa uma renúncia estimada de R$ 100,67 bilhões até 2028, mas o governo projeta superávit líquido de R$ 12,27 bilhões no período com as compensações.

A taxação de títulos de renda fixa hoje isentos, como letras de crédito e debêntures incentivadas, será debatida em plenário.

No calendário econômico, os investidores devem repercutir os dados de inflação ao consumidor e ao produtor medidos pelo IGP-10, da Fundação Getulio Vargas, que apura a elevação de preços ao produtor e ao consumidor entre os dias 11 de junho e 10 deste mês.

O indicador teve deflação de 1,65% em julho, após registrar queda de 0,97% em junho. Com esse resultado, o índice acumula queda de 1,42% no ano e alta de 3,42% nos últimos 12 meses.

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