MDNE3: Moura Dubeux bate consenso de receita e lucro no 2T25; rali continua?
Investing.com - Os índices futuros das bolsas em Nova York sobem no início de uma semana repleta de importantes balanços de empresas do S&P 500.
A Verizon (NYSE:VZ) deve abrir a temporada nesta segunda-feira, seguida de gigantes da tecnologia, como Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Tesla (NASDAQ:TSLA) ao longo da semana.
As eleições parlamentares no Japão lançaram dúvidas sobre negociações comerciais entre o país e os Estados Unidos, enquanto o Wall Street Journal relata que a União Europeia está preparando novas contramedidas contra empresas americanas, caso as negociações entre o bloco e Washington não resultem em um acordo antes do prazo iminente para tarifas.
No Brasil, segue a tensão sobre uma possível reação das autoridades norte-americanas à escalada retórica do governo brasileiro e a medidas cautelares do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no âmbito do processo que o acusa de tentativa de golpe de estado. Os investidores acompanharão também novas projeções para a economia brasileira na pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado.
1. Futuros em alta em Wall Street
Os contratos futuros dos principais índices acionários dos Estados Unidos operavam em alta na manhã desta segunda-feira (21), em um movimento de antecipação à nova leva de resultados corporativos que será divulgada ao longo da semana.
Às 07h38 (horário de Brasília), o futuro do Dow Jones avançava 118 pontos (+0,3%), o contrato futuro do S&P 500 ganhava 15 pontos (+0,2%) e o do Nasdaq 100 subia 61 pontos (+0,3%).
Na sessão anterior, os principais índices de Wall Street encerraram com variações modestas. O Dow Jones Industrial Average cedeu 0,3%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite oscilaram próximos da estabilidade.
O humor dos mercados foi impactado por informações veiculadas na imprensa sugerindo que o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Trump, estuda aplicar uma tarifa mínima de 15% a 20% sobre produtos da União Europeia — acima da alíquota atual de 10%. Ao mesmo tempo, dados indicaram melhora na confiança do consumidor norte-americano em julho, apesar das persistentes preocupações quanto ao potencial inflacionário decorrente de novas tarifas.
A postura mais combativa de Trump em relação ao comércio internacional tem sido um fator de atenção durante a temporada de resultados do segundo trimestre. Mesmo com um cenário desafiador para o segundo semestre de 2025, mais de 80% das companhias que já publicaram seus números superaram as estimativas de lucro por ação.
Entre os destaques do dia, empresas do setor de criptoativos registraram ganhos, após a Câmara dos Representantes dos EUA aprovar um projeto de lei que estabelece uma estrutura regulatória para o mercado de moedas digitais. A Coinbase Global (NASDAQ:COIN) subia 2,2%, enquanto a Robinhood Markets (NASDAQ:HOOD) avançava 4,1%.
2. Verizon abre semana repleta de balanços
A temporada de resultados do segundo trimestre entra em sua fase mais intensa, com aproximadamente 85% das companhias do S&P 500 ainda por divulgar seus números.
A Verizon será a primeira grande empresa a apresentar seus dados nesta segunda-feira, antes da abertura dos mercados. Após o fechamento, os investidores acompanharão os resultados da NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI).
Na terça-feira, será a vez de Texas Instruments (NASDAQ:TXN) e Coca-Cola (NYSE:KO), seguidas por Alphabet e Tesla na quarta-feira. Na quinta-feira, Intel (NASDAQ:INTC), Union Pacific (NYSE:UNP) e Honeywell International (NASDAQ:HON) estarão no radar. A semana será encerrada com os balanços de Phillips 66 (NYSE:PSX) e AutoNation (NYSE:AN).
Até agora, cerca de 12% das empresas do índice já reportaram seus resultados. Destas, 86% superaram as estimativas de lucro por ação, e 67% entregaram receitas acima das projeções.
Analistas observam que o desempenho sólido neste início pode elevar as expectativas para os relatórios restantes, embora o ambiente continue marcado por incertezas relacionadas à economia global e à dinâmica das disputas comerciais.
3. Resultado eleitoral no Japão eleva incerteza sobre negociações com os EUA
No Japão, os desdobramentos das eleições parlamentares ampliam as incertezas geopolíticas. A emissora pública NHK informou nesta segunda-feira que a coalizão liderada pelo primeiro-ministro Shigeru Ishiba perdeu a maioria na câmara alta, o que pode alterar o rumo das conversas comerciais com os Estados Unidos.
As projeções indicam que o Partido Liberal Democrático e seu parceiro de coalizão, o Komeito, não conquistaram as 125 cadeiras necessárias para manter o controle da câmara alta — meta considerada crucial por Ishiba.
Apesar do revés, o premiê afirmou à NHK que pretende seguir no cargo e liderar o partido, mesmo sob crescente pressão por sua substituição.
A derrota no fim de semana se soma ao mau desempenho do partido nas eleições da câmara baixa, em outubro do ano passado, e reforça a percepção de queda de popularidade. As promessas da oposição de ampliar programas sociais e cortar impostos também parecem ter influenciado o resultado.
O novo cenário político pode atrasar as negociações comerciais com Washington, especialmente após Ishiba declarar que conversou recentemente com Trump em meio a tratativas que “chegam ao limite”.
4. Bolsas chinesas sobem após manutenção da taxa básica
Os principais índices acionários da China encerraram a sessão em alta nesta segunda-feira, com investidores reagindo à decisão do Banco Popular da China de manter a taxa de juros de referência em níveis historicamente baixos, conforme amplamente antecipado.
O CSI 300 de Shanghai e Shenzhen subiu 0,7%, enquanto o Shanghai Composite avançou na mesma proporção. O índice Hang Seng, de Hong Kong, registrou alta de 0,6%.
A decisão reforça a percepção de que o banco central deve manter sua política acomodatícia, ainda que em ritmo mais comedido, após os acordos comerciais entre Pequim e Washington firmados em maio e junho, que preveem a redução gradual de tarifas.
O consenso do mercado é de que a política monetária chinesa seguirá flexível, com espaço para novos estímulos e eventuais cortes adicionais nos juros, em resposta à persistência de dados fracos de crescimento econômico.
Na semana passada, ações de empresas chinesas de tecnologia listadas em Hong Kong foram destaque positivo, impulsionadas pela expectativa de retomada das vendas de chips avançados da Nvidia (NASDAQ:NVDA) para o mercado local. Os semicondutores da empresa americana são estratégicos para os planos de inteligência artificial de gigantes como Alibaba (NYSE:BABA), Baidu (NASDAQ:BIDU) e Tencent Holdings (F:NNND).
5. Tarifa comercial e projeções econômicas no Brasil
Na última semana, declarações do presidente Lula e ações do ministro do STF, Alexandre de Moraes, causaram mal-estar diplomático com os Estados Unidos, reduzindo as chances de o Brasil conseguir adiar a tarifa de 50% que entrará em vigor sobre seus produtos a partir de 1º de agosto.
Lula voltou a afirmar que, se Donald Trump tivesse cometido no Brasil os atos do Capitólio, estaria preso, enquanto Moraes, em decisão que estabeleceu medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, sugeriu que há “inimigos estrangeiros” tentando interferir no Judiciário, o que a Casa Branca interpretou como uma referência direta aos EUA.
Segundo o Poder360, a reação em Washington foi de irritação, especialmente após Trump demonstrar apoio a Bolsonaro e condenar publicamente o processo de tentativa de golpe de estado no STF.
A falta de interlocução entre os governos, agravada pela ausência de liderança técnica ministerial, pela inatividade diplomática recente e por posicionamentos hostis de Lula em relação a Trump, dificultam as negociações.
No calendário econômico de hoje, teremos a divulgação de novas projeções para importantes indicadores econômicos do país no boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado, com estimativas de inflação, juros, câmbio, entre outras.