Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 01.07.2025, 08:30
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas nos Estados Unidos operavam em leve queda nesta terça-feira, após uma sessão positiva na véspera, marcada por novo pico intradiário.

Os investidores acompanham de perto a reabertura do diálogo comercial entre Estados Unidos e Canadá, além do enfraquecimento do dólar.

Paralelamente, o presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou a pressão sobre Jerome Powell, do Federal Reserve, ao enviar uma carta manuscrita pedindo cortes urgentes nas taxas de juros. Powell participa hoje de um painel no fórum anual do Banco Central Europeu, em Portugal.

No Brasil, o governo federal decide judicializar a decisão do Congresso de sustar os efeitos do aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF).

Além disso, o mercado local ficará atento a mais dados sobre o vigor da economia brasileira, com a divulgação de uma pesquisa mensal da S&P Global com gerentes de compras do setor industrial.

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1. Futuros dos EUA em queda

Os contratos futuros das bolsas americanas recuavam levemente no início do dia, refletindo uma postura mais cautelosa dos agentes diante das incertezas fiscais e das expectativas em torno da agenda econômica desta semana, encurtada por conta do feriado.

Às 8 h de Brasília, o Dow Jones cedia 45 pontos (0,11%), enquanto o S&P 500 caía 12 pontos (0,2%). Já o Nasdaq 100 perdia 48 pontos, equivalente a 0,21%, no mercado futuro.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na segunda-feira, os principais índices avançaram, sustentados pela perspectiva de retomada nas tratativas comerciais entre Washington e Ottawa. Por outro lado, preocupações com os impactos fiscais de um amplo pacote de corte de impostos e aumento de despesas discutido no Senado pressionaram o humor. A proposta pode elevar a dívida federal, atualmente em US$ 36,2 trilhões.

“Apesar de oscilações ao longo do pregão causadas por manchetes dispersas, o mercado demonstra pouca inquietação aguda quanto ao projeto de reconciliação fiscal ou às tarifas em discussão”, afirmaram analistas da Vital Knowledge.

Com a semana encurtada, os investidores concentram atenções nos indicadores que ainda serão divulgados, sobretudo o payroll de junho, previsto para quinta-feira. Hoje, o destaque da agenda é o índice de atividade do setor industrial dos EUA.

2. Trump amplia ofensiva contra Powell

Donald Trump intensificou seus ataques ao presidente do Fed nesta segunda-feira, enviando a Jerome Powell uma carta manuscrita em tom crítico, acusando-o de agir com lentidão na condução da política monetária.

A correspondência foi acompanhada de uma lista com as taxas de juros de diversos bancos centrais, com o republicano solicitando uma redução acentuada dos custos de financiamento. Segundo ele, “centenas de bilhões” de dólares estariam sendo “perdidos”.

Nas redes sociais, Trump reiterou a crítica e defendeu que os Estados Unidos deveriam estar pagando juros de “1% ou menos”.

Na última reunião, o Fed optou por manter os juros entre 4,25% e 4,5%, com Powell adotando uma abordagem cautelosa frente à incerteza quanto aos efeitos da política tarifária sobre a economia. Embora alguns temam pressões inflacionárias derivadas das tarifas, os dados recentes indicam uma dinâmica de preços relativamente contida.

Irritado com a postura do banco central, especialmente em comparação com outros países que já reduziram juros, Trump vem atacando Powell de forma contínua. Há rumores de que o presidente avalia indicar um sucessor para o comando do Fed ainda este ano, o que poderia, segundo analistas, resultar na figura de um “presidente sombra”, com implicações para a autoridade de Powell sobre as decisões de política monetária.

Ao mesmo tempo, Jerome Powell volta aos holofotes nesta terça, ao participar de um painel no encontro anual do Banco Central Europeu, em Sintra.

O evento contará também com a presença de Christine Lagarde, presidente do BCE, além dos chefes das autoridades monetárias do Japão, Reino Unido e Coreia do Sul.

Segundo fontes, parte da discussão abordará se o dólar ainda mantém seu papel de principal moeda global para poupança e investimento. A divisa americana atravessa seu pior início de ano desde a década de 1970, pressionada pela postura comercial protecionista do governo Trump.

Para analistas, a “incerteza” tende a ser o principal destaque do evento, dada a falta de clareza sobre os desdobramentos da política tarifária dos EUA e do projeto fiscal defendido pela Casa Branca. Na segunda-feira, Lagarde afirmou em discurso de abertura que esse ambiente nebuloso deve continuar sendo uma característica marcante da economia global.

3. Washington revê estratégia comercial, diz FT

A gestão Trump estaria abandonando planos de acordos amplos para adotar negociações comerciais mais restritas, com foco em resultados rápidos antes do prazo de 9 de julho, data em que expira a suspensão das tarifas recíprocas, informou o Financial Times.

Segundo o jornal, autoridades americanas estão buscando “acordos em princípio” com países selecionados, abordando temas específicos para evitar a reativação de tarifas que podem chegar a 50%.

A estratégia representa um recuo frente à promessa original de firmar até 90 acordos durante o intervalo de 90 dias sem tarifas, iniciado em 2 de abril.

Embora esses pactos reduzam o risco de penalidades tarifárias mais severas, uma alíquota-base de 10% seria mantida até que os entendimentos mais amplos sejam formalizados.

Ainda assim, as negociações seguem desafiadoras, e mesmo com a mudança de abordagem, a Casa Branca continua avaliando a aplicação de tarifas em setores considerados estratégicos, de acordo com o FT.

4. Petróleo em alta

Os contratos de petróleo apresentavam forte volatilidade nesta manhã, influenciados por temores de redução na oferta e expectativas de que a Opep+ anuncie novo aumento na produção.

No momento da redação, os futuros do Brent subiam 0,72%, a US$ 67,22 o barril, após atingirem o menor patamar desde 11 de junho, data próxima ao início das hostilidades entre Israel e Irã. Já o WTI era negociado a US$ 65,85, com alta de 0,81%.

A Opep+, que reúne países produtores da organização e aliados, como a Rússia, deve se reunir em 6 de julho. Segundo a Reuters, o grupo planeja elevar a produção em 411 mil barris diários em agosto, dando sequência aos aumentos promovidos nos três meses anteriores.

Com isso, o incremento total de oferta no ano chegaria a 1,78 milhão de barris por dia. Apesar da alta, o volume permanece abaixo do total de cortes implementados pelo bloco nos últimos dois anos.

5. Judicialização do IOF e PMI Industrial no Brasil

O governo Lula decidiu acionar o STF para contestar a anulação, pelo Congresso, dos decretos que aumentariam o IOF, independentemente da ação já movida pelo PSOL.

Segundo o Poder360, a AGU deve protocolar a ação nesta terça, com apoio técnico do Ministério da Fazenda.

A revogação do aumento foi aprovada por ampla maioria na Câmara e por votação simbólica no Senado, representando a maior derrota do governo Lula neste mandato e um sinal de desgaste político, especialmente em relação ao presidente da Câmara, Hugo Motta, e ao ministro Fernando Haddad.

No calendário econômico de hoje, os investidores devem repercutir o desempenho do setor industrial no mês de junho, segundo a pesquisa mensal da S&P Global com gerentes de compras.

No último relatório, referente a maio, a indústria brasileira registrou sua primeira contração desde o fim de 2023, com o PMI industrial recuando para 49,4, um sinal de deterioração nas condições operacionais, diante da demanda enfraquecida e da queda nas encomendas internas e externas, especialmente para América do Sul e EUA.

A inflação industrial em maio também desacelerou, refletindo apreciação cambial, maior oferta chinesa e preços mais baixos de insumos como alumínio e petróleo.

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