A balança comercial do Estado do Rio registrou saldo positivo de US$ 1,6 bilhão de janeiro a março deste ano, comparado ao mesmo período de 2020. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) atribui este resultado às exportações, que somaram US$ 6,2 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 4,6 bilhões.
O dado faz parte do documento Rio Exporta, boletim de comércio exterior da Firjan Internacional. Com a corrente de comércio fluminense em US$ 10,8 bilhões no período, o Rio se manteve como o segundo player entre os estados com maior fluxo internacional no país, atrás apenas de São Paulo.
Os dados do boletim apresentam os efeitos da crise causada pela pandemia, mas há, segundo a entidade, alguns sinais de melhoria. Um exemplo é o aumento de 45% nas vendas externas de semimanufaturados. Os principais itens embarcados foram produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com crescimento de 46%; e torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes, com alta de 190%.
"A desvalorização cambial momentânea favorece as exportações em geral. Além disso, a retomada de alguns mercados, principalmente na Ásia, aqueceu ligeiramente nossas vendas externas no período", analisa Giorgio Luigi Rossi (SA:RSID3), coordenador da Firjan Internacional.
A indústria de petróleo e gás natural foi responsável por 76% das vendas fluminenses para o exterior, totalizando US$ 4,7 bilhões. Houve aumento de 7% nos embarques de óleos brutos de petróleo para a China (US$ 3 bilhões), mantendo o país asiático como o principal parceiro comercial do Rio. Em relação às importações, a Arábia Saudita foi a única fornecedora do produto para o Estado (US$ 192 milhões), com queda de 40%.
Se forem excluídas as exportações de petróleo, 44% das vendas foram destinadas aos Estados Unidos, apesar de ter havido uma contração de 12% no primeiro trimestre. O boletim aponta alta de 38% nos embarques do Rio para Argentina, após uma queda expressiva durante a pandemia. Historicamente, a Argentina tem peso relevante para as vendas da indústria fluminense de manufaturados, com foco no setor automotivo.
As importações, de modo geral, sofreram recuo de 39% na comparação entre os períodos. Já as compras de vacinas contribuíram para alta de 8% do conjunto de produtos utilizados no combate aos efeitos da covid-19, contemplados com redução temporária das alíquotas do Imposto de Importação (acessórios, maquinários hospitalares e outros). A aquisição dos imunizantes subiu 112% (US$ 78 milhões). Nas importações exclusive petróleo, houve queda de 39% no trimestre, embora as encomendas do Mercosul tenham subido 48%.