A produção industrial brasileira manteve sua trajetória de baixo dinamismo em agosto, como resultado de fatores como juros elevados e alta carga tributária, sendo necessária "celeridade na reforma tributária", além de findar as incertezas sobre o cumprimento das regras fiscais, defendeu a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em nota distribuída à imprensa.
A indústria brasileira cresceu 0,4% em agosto ante julho, o melhor desempenho para este período do ano desde 2020, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve crescimento em 18 dos 25 ramos industriais pesquisados. No entanto, o setor industrial está apenas 0,1% acima do patamar de dezembro de 2022, oscilando entre altos e baixos desde então, sem conseguir recuperar a trajetória de crescimento.
"Apesar da variação positiva, a produção industrial continua operando abaixo dos níveis pré-pandêmicos. Nos primeiros oito meses deste ano, o setor acumulou uma queda de 0,3%", ressaltou o comunicado da Firjan.
A entidade afirma que o quadro é desfavorável, como consequência de "diversas distorções decorrentes do atual cenário econômico".
"Primeiramente, destacam-se as altas taxas de juros, que continuam a limitar o acesso ao financiamento no setor. Embora o ciclo de redução de juros tenha sido iniciado, a taxa (básica de juros) Selic mantém-se em um patamar elevado, e seus efeitos defasados continuam a afetar negativamente a indústria. Em segundo lugar, o setor enfrenta um fardo considerável devido à elevada carga tributária que lhe é imposta, criando distorções e reduzindo a competitividade", enumerou a Firjan.
No texto, a entidade diz que há urgência do "avanço célere" da tramitação da reforma tributária, atualmente em apreciação pelos parlamentares no Senado.
"Ademais, dada a importância da redução dos riscos para a condução da política monetária, a Firjan enfatiza a necessidade de dissipar as incertezas em torno da factibilidade do cumprimento das regras fiscais. Estas ações contribuirão para aumentar a confiança dos empresários industriais, impulsionar o crescimento, e consequentemente, fomentar a criação de empregos e o aumento da renda de maneira sólida e consistente", concluiu o documento.