SÃO PAULO (Reuters) - A safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro foi estimada nesta segunda-feira em 307,22 milhões de caixas de 40,8 kg, uma redução de 2,12 milhões de caixas ou 0,7% em relação à projeção inicial divulgada em maio, de acordo com números levantados pelo instituto de pesquisas Fundecitrus.
O novo número aponta para uma queda de 2,2% na comparação com a temporada passada (314,21 milhões de caixas), segundo estimativa do Fundecitrus, que apontou efeitos do clima e também da doença greening que ataca os laranjais no país, maior produtor e exportador global de suco de laranja.
Os contratos futuros do suco de laranja congelado e concentrado no mercado internacional atingiram máximas históricas neste ano, acima de 4 dólares por libra-peso na bolsa de Nova York, diante de perspectivas safras limitadas nos Estados Unidos, Brasil e México.
Segundo instituto, essa redução na estimativa se deve principalmente à diminuição do tamanho dos frutos das variedades Pera Rio, Valência, Valência Folha Murcha e Nata, diante de chuvas abaixo da média histórica desde o início das colheitas na maior parte do cinturão citrícola.
"As laranjas das variedades precoces, que já foram colhidas praticamente em sua totalidade, beneficiaram-se das chuvas abundantes do início do ano, o que provocou um aumento de 2,27 milhões de caixas, contempladas na reestimativa de setembro. Porém, as produções das variedades que estão sendo atualizadas agora foram impactadas pelas chuvas abaixo da média histórica no acumulado desde maio, levando a uma redução de 4,39 milhões de caixas na estimativa de produção dessas variedades", explicou o coordenador da pesquisa de estimativa do Fundecitrus, Vinícius Trombin.
O aumento da intensidade do greening "também afetou o crescimento das laranjas, pois observa-se uma variação no tamanho dos frutos em regiões com diferentes níveis de severidade da doença", notou o Fundecitrus.
Outro fator importante é o ritmo mais acelerado com que a colheita está progredindo, resultando em um período mais curto para o desenvolvimento dos frutos e uma quantidade significativa de laranjas colhidas antes da estação mais chuvosa do ano, época em que ocorre um maior enchimento das frutas, disse o instituto.
(Por Roberto Samora)