BRB desiste de aquisição do Banco Master, dizem fontes
Investing.com – Os índices futuros das ações dos Estados Unidos avançavam levemente nesta segunda-feira, sustentados pelo otimismo em torno de uma possível distensão nas relações comerciais entre Washington e Pequim.
No noticiário corporativo, a Kering, controladora da Gucci, anunciou a venda de seu negócio de beleza à L’Oréal em uma operação avaliada em 4 bilhões de euros.
No Brasil, os investidores aguardam novas projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da nossa economia.
1. Futuros indicam abertura positiva em Wall Street
Os contratos futuros das principais bolsas americanas apontavam para ganhos na abertura, em meio à melhora no humor dos investidores diante dos sinais de moderação na disputa comercial entre EUA e China e à expectativa de uma agenda intensa de balanços corporativos.
Às 7 h de Brasília, o futuro do Dow subia 176 pontos (0,4%), o S&P 500 avançava 30 pontos (0,5%) e o Nasdaq 100 ganhava 139 pontos (0,6%).
As bolsas encerraram a semana anterior em alta, após o presidente Donald Trump reconhecer que as tarifas de três dígitos sobre a China eram insustentáveis, embora tenha reiterado críticas a Pequim pelo endurecimento nas restrições à exportação de terras raras.
Trump confirmou também uma reunião ainda este mês com o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul, afirmando em entrevista televisiva que “os EUA vão ficar bem com a China”.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse esperar encontrar-se nesta semana com o vice-primeiro-ministro He Lifeng para evitar nova escalada nas tarifas. Segundo a imprensa estatal chinesa, as discussões entre ambos foram “construtivas” e incluirão novas rodadas de diálogo “em breve”.
Mesmo assim, a Casa Branca deve continuar utilizando tarifas como instrumento político. Trump afirmou que manterá tarifas elevadas sobre a Índia até que o país interrompa a importação de petróleo russo e indicou planos de elevar taxas sobre a Colômbia devido a disputas comerciais ligadas ao tráfico de drogas.
Além do cenário geopolítico, investidores acompanham nesta semana os resultados da Tesla e da Netflix, além do relatório de preços ao consumidor americano, adiado pela paralisação do governo federal.
2. Kering vende negócio de beleza à L’Oréal por €4 bilhões
A francesa Kering anunciou a venda de sua divisão de fragrâncias de luxo, House of Creed, à L’Oréal, por 4 bilhões de euros em dinheiro.
O acordo inclui o licenciamento dos direitos de fragrância das marcas Gucci e Balenciaga, além da concessão exclusiva para criação, desenvolvimento e distribuição de produtos de beleza dessas grifes e da Bottega Veneta por um período de 50 anos. A operação, sujeita à aprovação regulatória, deve ser concluída no primeiro semestre de 2026.
As empresas também criarão uma joint venture de participação igualitária para explorar novas oportunidades de negócios “na interseção entre luxo, bem-estar e longevidade”.
A transação ocorre em meio ao esforço do novo CEO da Kering, Luca de Meo, para revitalizar a companhia diante do enfraquecimento das vendas na China e nos Estados Unidos e da retração no atacado.
“Essa parceria nos permite concentrar nossos recursos no que melhor nos define: a força criativa e a atratividade de nossas marcas”, afirmou de Meo.
As ações da Kering subiam mais de 4% nas primeiras horas de negociação na Europa, enquanto os papéis da L’Oréal avançavam 0,9%.
3. Economia chinesa avança no ritmo mais lento em um ano
A economia da China cresceu ligeiramente acima das expectativas no terceiro trimestre de 2025, mas registrou o desempenho mais fraco em um ano, afetada pela desinflação persistente e pelas tensões comerciais com os Estados Unidos.
O Produto Interno Bruto aumentou 4,8% em relação ao mesmo período de 2024, superando a projeção de 4,7%, porém abaixo da expansão de 5,2% observada no trimestre anterior. Em termos trimestrais, o crescimento foi de 1,1%, acima da previsão de 0,8%.
O PIB acumulado do país atingiu 5,2%, ligeiramente inferior aos 5,3% do trimestre anterior, mas ainda acima da meta anual de 5% estabelecida por Pequim.
4. Ouro sobe mesmo após comentários conciliatórios dos EUA
Os preços do ouro operavam em alta nesta manhã, após perdas recentes, à medida que os mercados reagiam a declarações mais brandas de autoridades americanas sobre o conflito comercial com a China.
O ouro à vista avançava 0,2%, para US$ 4.257,09 por onça, enquanto os contratos futuros para dezembro subiam 1,4%, a US$ 4.270,69, no momento da redação. Na semana anterior, o metal havia alcançado um pico de US$ 4.379,44.
O ativo perdeu parte de seu apelo de refúgio seguro após Trump questionar a duração da disputa com Pequim, ainda que tenha garantido que as conversas seguem em curso.
Mesmo assim, o ouro mantém suporte relevante entre investidores que buscam proteção contra volatilidade geopolítica e incertezas sobre os próximos passos da política comercial americana.
5. Novas projeções econômicas no Brasil
Na agenda de hoje, os investidores avaliarão a atualização das projeções feitas por economistas no boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado financeiro.
No relatório da semana passada, houve uma nova redução na expectativa de inflação para 2025, de 4,80% para 4,72%, refletindo o IPCA de setembro abaixo do previsto. Para 2026, a estimativa permaneceu em 4,28%, enquanto as previsões para o PIB seguem em alta de 2,16% em 2025 e 1,80% em 2026. O mercado manteve as projeções para a Selic em 15% e 12,25% ao fim de cada ano.