RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, previu nesta sexta-feira que o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, poderá deixar o governo "brevemente" para assumir uma função no setor privado ou em uma instituição multilateral.
"Se o cara (Manuseto) estivesse no setor privado estava ganhando uma fortuna, eu acho até que nós vamos perder ele brevemente", afirmou Guedes durante evento na Fundação Getúlio Vargas.
O ministro fez o comentário logo após defender mudanças nas regras dos salários do funcionalismo. "Tem gente que entrou há cinco anos lá e ganha só 15% menos que o Mansueto, que está com 20 anos de experiência", afirmou.
Guedes ressaltou que ele tem todo o interesse em manter o secretário no governo, e que já o convidou para presidir o Conselho Fiscal da República, cuja criação faz parte da proposta do pacto federativo encaminhada ao Congresso.
"Fica um ano, fica este ano com a gente, depois você sai", afirmou, em referência a Mansueto. "Se quiser sair, nós queremos capturar de novo. Vai para o BID, vai para o NDB (banco dos Brics), vira presidente de um banco desses aí, porque o Brasil realmente vai poder fazer alguns deles. Acho que no final nós temos uma chance de segurá-lo, mas é muita capacidade, muita gente correndo atrás dele".
Técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Mansueto ocupa o cargo de secretário do Tesouro Nacional desde abril de 2018, ainda no governo Michel Temer.
No final de novembro, Mansueto negou notícias de que teria a intenção de deixar o cargo e afirmou a jornalistas que ficaria no governo "em 2020, 2021 e 2022".
Questionada sobre as declarações de Guedes, a assessoria do Tesouro diz que Mansueto segue no cargo.
(Por Rodrigo Viga Gaier)