O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estima que conseguirá contratar mais unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida em 2024 na comparação com 2023. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, disse ao Poder360, o cenário seria possível caso as condições deste ano fossem mantidas para o ano que vem.
“Estamos projetando o ano que vem. Vai ser maior que esse ano se tudo se mantiver com as condições de hoje”, declarou. Em evento com Lula em São Paulo, o ministro afirmou que o governo vai superar a meta de 2 milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida até 2026.
Segundo o ministério, serão 15.000 unidades habitacionais entregues até o fim do ano de 2023. Quando um empreendimento do Minha Casa, Minha Vida, é contratado, ele já passa para a fase de obra. O próximo passo é a entrega. A partir do aval do governo, as empresas já podem começar a construir as moradias.
Nesta 2ª feira (18.dez.2023), o ministro e o presidente Lula entregam mais 1.421 unidades habitacionais do programa em Macapá (AP). As moradias finalizadas estão em empreendimentos localizados em 4 Estados brasileiros: Amapá, Minas Gerais, Piauí e São Paulo.
Segundo o ministro, o governo contratou 720 mil unidades habitacionais do projeto este ano. “É por isso que eu disse que nós vamos superar a meta. É um compromisso da equipe do Ministério das Cidades, do presidente Lula, do ministro Jader”, disse ele.
A declaração se deu durante seu discurso na cerimônia da assinatura de contrato de início das obras do empreendimento “Copa do Povo”, parte do Minha Casa, Minha Vida, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo.
Em abril, Jader Filho assinou uma portaria que determina a meta do governo a ser atingida até 31 de dezembro de 2026 e define o teto de subsídios que será oferecido pelo programa.
Ano eleitoral
Com uma entrega maior que 720 mil unidades contratadas, a meta para os 4 anos de governo estará quase completa na metade do tempo. A aceleração do programa deve ser usado nas campanhas apoiadas pelo governo federal nas eleições municipais de 2024.
Como mostrou o Poder360, Lula aumentou os acenos para seus apoiadores em relação ao começo do 1º ano de mandato. A mudança, apesar de o Planalto negar ser estratégica, tem relação com as eleições municipais de 2024, quando o PT quer eleger um número significativo de prefeitos e vereadores.
O Partido dos Trabalhadores, apesar de ter conquistado a Presidência da República e ter uma das maiores bancadas no Congresso, vem perdendo espaço nas cidades a cada eleição.
Em 2020, o PT teve desempenho ruim. Elegeu 182 prefeitos, uma queda em relação aos 250 que havia conquistado 4 anos antes, em 2016. Mas agora o número já aumentou para 227 cidades, com a atração exercida pelo poder conquistado com a volta de Lula ao Planalto.
A quantidade de prefeituras (227) sob controle do partido, no entanto, ainda está muito aquém dos 643 petistas eleitos sob Dilma Rousseff em 2012 –quando a sigla ainda desfrutava dos efeitos do crescimento econômico do país sob Lula nos primeiros anos da gestão dilmista.
A partir de 2024, o PT planeja usar Lula mais uma vez como cabo eleitoral para tentar elevar o número de prefeitos eleitos em 2024. O presidente da República já disse que não planeja cortar dinheiro de obras no ano que vem, contrariando o seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad.