O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a reforma tributária será "muito simples" e que é a que "dá para fazer". Em evento do BTG Pactual (SA:BPAC11), o ministro voltou a falar em reduzir o IPI sobre produtos de linha branca - medida adotada em governos petistas para estimular o consumo.
O ministro disse ainda que o governo e o Congresso lançarão o "passaporte tributário", uma medida nos moldes de um Refis para renegociar dívidas tributárias com descontos significativos. "Dá desconto de 70%, o cara paga", exemplificou Guedes. O tema foi tratado ontem em reunião na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)."(Com o passaporte) Os pequenininhos você alivia, deixa seguir a vida", disse Guedes.
O ministro ainda adotou uma espécie de vacina contra eventuais críticas. A própria Receita Federal costuma ser contra a adoção de programas como o Refis porque incentivam o devedor contumaz, que fica no aguardo de oportunidades como essa para quitar débitos com descontos.
"Vai ser simples, vai ser difícil ficar contra", afirmou o ministro, ressaltando que a medida busca dar alívio às empresas em dificuldade.
Guedes disse ainda que o valor das desonerações e do contencioso tributário no Brasil, que juntos passam dos trilhões de reais, é uma evidência de que o "imposto está fora do lugar". "É tão alto que quem tem poder político consegue desoneração. O cara prefere pagar um escritório de advocacia (a pagar imposto)", disse.
O ministro voltou a falar ainda na criação de um fundo com recursos de privatizações para ser destinado aos mais pobres. "Quem sabe com esse argumento conseguimos acelerar as privatizações e melhorar o problema da desigualdade social", completou.