Investing.com - Os índices de inflação dos Estados Unidos divulgados na última semana ficaram abaixo das expectativas do mercado. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), o IPP (Índice de Preços ao Produtor) e os índices de preços de importação-exportação mostraram uma desaceleração dos preços, aumentando as chances de um ajuste do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para uma política monetária mais frouxa.
O economista Jeremy Siegel, professor da Wharton, se mostrou confiante nessa possibilidade, em uma entrevista à CNBC. Ele acredita que a inflação está sob controle, o que poderia abrir caminho para o Federal Reserve cortar as taxas de juros em breve.
Com base nos dados recentes do IPC, ele declarou que “a inflação não é um problema”, e acrescentou que ele “realmente espera que o próximo passo seja um corte, mesmo sem recessão, apenas porque estamos em uma fase de desaceleração”.
Ele previu que esse corte de juros “poderia acontecer já em março do ano que vem”, e manifestou o desejo de que “[Powell] corrija essa curva”, referindo-se à curva de juros de 2-10 anos, que é vista pelos investidores como um sinal de recessão quando se inverte, isto é, quando as taxas de curto prazo são maiores do que as de longo prazo.
No entanto, é importante ressaltar que alguns especialistas alertaram sobre os riscos de uma flexibilização monetária muito precoce, que poderia provocar uma alta de preços e gerar uma crise de estagflação como a dos anos 1970.
Mas essa não é a opinião de Siegel, que destaca que as condições financeiras daquela época eram totalmente diferentes, pois o Fed não está mais injetando liquidez no mercado e começou a reduzir o tamanho de seu balanço.
Ele estimou, ao contrário, que o maior risco é que os banqueiros centrais cortem as taxas de juros tarde demais, pois ele acredita que a economia já mostra sinais de desaceleração.