BRASÍLIA (Reuters) - Em sua primeira decisão após ser eleito presidente da Câmara na noite desta segunda-feira, o deputado Arthur Lira (PP-AL) resolveu destituir o bloco de apoio a seu principal adversário, Baleia Rossi (MDB-SP).
Ao apontar que o registro do bloco de Baleia ocorreu após o prazo limite das 12h, Lira determinou que a Mesa Diretora recalcule a distribuição dos cargos da Casa.
A definição dos blocos é essencial, além da indicação de nomes para a disputa da presidência, para a distribuição dos cargos na Casa. Pela regra da proporcionalidade, os cargos da Câmara, participações em comissões e afins, são distribuídos levando-se em conta o tamanho de cada bloco partidário.
Lira construiu um bloco constituído pelo PSL, PL, PP, PSD, Republicanos, PTB, PROS, Podemos, PSC, Avante e Patriota.
Baleia, por sua vez, havia registrado sua candidatura com o apoio de MDB, PT, PSB, PSDB, PDT, SD, PCdoB, Cidadania, PV e Rede. O protocolo ocorreu de forma atrasada no sistema, que teria travado nos últimos momentos antes do prazo limite. A Questão teria sido levada à Mesa e o então presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu acatar o protocolo.
Lira, no entanto, considerou a decisão "intempestiva".
Com a decisão de Lira, a votação para os demais cargos da Mesa Diretora foi desconsiderada e será realizada nova sessão na terça-feira para a definição com o novo cálculo de proporcionalidade.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)