(Reuters) - A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta terça-feira que, embora a economia pareça estar em um caminho de desaceleração, o banco central norte-americano provavelmente elevará mais vezes a taxa de juros.
"Para colocar a inflação em uma trajetória de queda sustentada para 2% e manter as expectativas de inflação ancoradas, a política monetária avançará um pouco mais em território restritivo neste ano, com a taxa movendo-se acima de 5%", disse Mester, citando sua projeção.
Segundo ela, a taxa real de juros permaneceria em território positivo "por algum tempo".
Os comentários estão em discurso preparado para antes de um encontro com um grupo de economistas em Nova York.
"Precisamente o quanto a taxa de juros precisará subir e por quanto tempo a política (monetária) deverá permanecer restritiva dependerá de quanto a inflação e as expectativas de inflação estão diminuindo, e isso dependerá de quanto a demanda está reduzindo, os desafios de oferta estão sendo resolvidos e as pressões de preços estão diminuindo", afirmou.
Mester, que não tem voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) neste ano, expressou confiança de que os problemas do setor bancário devem, em última instância, ser contidos.
"O sistema bancário dos EUA é sólido e resistente", disse ela, acrescentando que "as tensões experimentadas no sistema bancário em março diminuíram, mas o Fed continua a monitorar cuidadosamente as condições e está preparado para tomar outras medidas, conforme necessário, para garantir a estabilidade financeira".
Mester disse esperar que o crescimento e as contratações diminuam e que as pressões inflacionárias reduzam. Segundo ela, é esperada uma "melhora significativa" na inflação, com as pressões sobre os preços saindo do atual aumento de 5% ao ano para 3,75% neste ano e para 2% até 2025.
(Reportagem de Michael S. Derby)
Como os juros globais mais altos afetam os países emergentes? Veja no vídeo: