Por P.J. Huffstutter
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros do milho em Chicago caíram para o menor valor em três anos na sexta-feira, depois que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que os estoques de milho dos EUA aumentaram para os níveis mais altos desde 2018.
A soja também caiu drasticamente, com os preços em seu nível mais baixo em 26 meses, uma vez que os traders correram para se desfazer de suas posições depois que o governo informou safras brasileiras maiores do que o esperado, bem como maiores níveis de produtividade e produção dos EUA para a safra recém-colhida.
Os suprimentos mundiais de grãos estão se tornando mais abundantes, depois de ficaram mais apertados devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, um importante produtor de milho e trigo, e safras menores no ano passado em países como a Argentina.
Nos Estados Unidos, uma safra recorde de milho em 2023 e vendas de exportação sem brilho contribuíram para o aumento dos estoques e levaram sete contratos futuros de milho a novas mínimas -- incluindo os mais ativos de março, maio e setembro.
Os futuros do trigo também caíram, pressionados pelos mercados de milho e soja.
"O resultado final é muito simples: estamos produzindo mais do que nossa demanda no momento, e isso está pressionando todo o mercado", disse Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting.
O contrato de milho mais ativo em Chicago (CBOT) caiu 10,75 centavos, fechando a 4,47 dólares o bushel.
O contrato de soja mais ativo encerrou em baixa de 12,25 centavos, a 12,2425 dólares o bushel, enquanto o trigo ficou em baixa de 7,75 centavos, a 5,96 dólares o bushel.
Separadamente, o USDA estimou a produção de soja do Brasil em 157 milhões de toneladas métricas, 3 milhões de toneladas abaixo da safra recorde do ano passado, de 160 milhões de toneladas.
Embora a seca generalizada tenha prejudicado as fazendas em partes do Brasil, o maior exportador de soja do mundo, o relatório indicou número superior às expectativas do mercado.
"Daqui para frente, estamos trabalhando com balanços bastante pesados, não apenas para o milho, mas agora para a soja", disse Terry Reilly, estrategista agrícola sênior da Marex Capital. "Isso vai dar o tom para preços mais baixos em 2024 em relação a 2023."
(Reportagem adicional de Karl Plume em Chicago)