Por Shariq Khan
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo subiram para máximas de vários meses pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, à medida que os operadores avaliavam como os recentes ataques da Ucrânia às refinarias russas afetariam as ofertas globais de petróleo.
Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI)dos EUA subiram 75 centavos, ou 0,9%, para 83,47 dólares o barril, o maior patamar desde 27 de outubro. O petróleo Brent, referência global, avançou 0,6%, para 87,38 dólares o barril, o maior valor desde 31 de outubro.
A Ucrânia tem intensificado os ataques à infraestrutura de petróleo russa este ano, com pelo menos sete refinarias sendo alvos de drones apenas neste mês. Os ataques reduziram 7% da capacidade de refino russa, ou cerca de 370.500 barris por dia, segundo cálculos da Reuters.
Embora a menor atividade de refino tenha levado a um aumento nas exportações de petróleo bruto russo, isso também pode resultar em cortes na produção de petróleo bruto, já que o país enfrenta restrições de armazenamento, disse Alex Hodes, analista de energia da StoneX.
Com base nos cálculos de Hodes, os ataques às refinarias russas podem resultar em uma diminuição de cerca de 350 mil barris por dia no fornecimento global de petróleo e aumentar os preços do petróleo bruto dos EUA em 3 dólares por barril.
Mesmo que os ataques não levem a uma perda direta no fornecimento de petróleo bruto russo, ainda há um efeito cascata nos preços do petróleo devido ao aumento das margens de produtos refinados, escreveu Bjarne Schieldrop, analista de pesquisa da SEB, na segunda-feira.
O preço do petróleo também foi apoiado por uma queda nas exportações de petróleo bruto da Arábia Saudita e do Iraque, bem como sinais de uma demanda mais forte e crescimento econômico na China e nos Estados Unidos.
(Por Shariq Khan em Nova York, Noah Browning em Londres e Trixie Yap em Cingapura; reportagem adicional de Paul Carsten em Londres)