Os investidores estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de uma crise orçamentária na França, à medida que os partidos de extrema direita e esquerda ganham força antes das próximas eleições parlamentares do país, marcadas pelo presidente Emmanuel Macron para 30 de junho e 7 de julho. O partido Reunião Nacional, liderado por Marine Le Pen, lidera atualmente as sondagens, embora não se espere que garanta a maioria absoluta.
O partido, conhecido por sua posição sobre a redução da idade de aposentadoria, redução de impostos e aumento de gastos, ainda não divulgou um programa detalhado, mas suas propostas anteriores levantaram questões sobre a sustentabilidade fiscal na segunda maior economia da zona do euro. Estas preocupações foram reforçadas por uma recente descida da notação de crédito para a França devido ao seu elevado défice.
À esquerda, uma aliança recém-formada propôs reduzir a idade de aposentadoria e vincular os salários à inflação, sinalizando potencial de aumento dos gastos do governo. Essa aliança ficou em segundo lugar em uma pesquisa de opinião divulgada nesta quarta-feira. Como resultado, o prêmio de risco dos títulos do governo francês sobre a referência da Alemanha subiu acentuadamente, atingindo seu ponto mais alto desde 2017 na última sexta-feira.
O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, alertou para o risco de uma crise financeira caso a extrema-direita ou a esquerda consigam uma vitória nas eleições. Esse sentimento encontra eco no mercado, com o custo de segurar a dívida da França contra o calote subindo para seu nível mais alto desde maio de 2020 e as ações dos principais bancos franceses BNP Paribas (EPA:BNPP), Credit Agricole (EPA:CAGR) e Société Générale (EPA:SOGN) registrando perdas significativas nesta semana.
A reação do mercado também impactou as estratégias de financiamento da França, com uma agência apoiada pelo Estado cancelando uma venda de títulos e o Tesouro planejando levantar menos capital do que o normal em um próximo leilão de títulos.
As preocupações com a estabilidade fiscal da França provocaram uma preocupação mais ampla com a saúde financeira da zona do euro. O prêmio de risco da Itália sobre a Alemanha também aumentou para seu nível mais alto desde fevereiro, e o euro caiu para uma mínima de 1 mês e meio em relação ao dólar na sexta-feira passada. As ações de bancos da zona do euro também sofreram um impacto, caindo quase 10% nesta semana.
Embora o Banco Central Europeu tenha um histórico de intervir para estabilizar os mercados em tempos de crise, a elegibilidade para esse apoio depende do cumprimento das regras fiscais da UE, o que pode estar em questão dependendo do resultado da eleição da França.
Especialistas do mercado estão monitorando de perto como um possível governo, incluindo o Reunião Nacional, se comportaria no cargo, traçando paralelos com a Itália, onde a primeira-ministra de extrema direita Giorgia Meloni moderou sua posição após assumir o cargo. Além disso, espera-se que as regras do mercado e do déficit da UE exerçam pressão sobre o Rally Nacional para adotar uma abordagem fiscal mais prudente, especialmente com as eleições presidenciais de 2027 em mente.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.