(Reuters) - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quarta-feira que o modelo de privatização da Eletrobras (BVMF:ELET3) "tem um cheiro ruim de falta de moralidade" e defendeu a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de questionar judicialmente o formato, ao mesmo tempo que negou que a medida possa afastar investimentos do país.
"O presidente quer estimular toda a participação privada. Agora, nós temos que ajustar aquilo que tem um cheiro ruim de falta de moralidade", disse o ministro em entrevista à GloboNews.
"O povo brasileiro --não é o Lula, não sou eu, é o povo brasileiro-- detém 43% das ações da Eletrobras, e num arranjo inusitado eles disseram que, apesar de o governo ter 43% das ações, só vota no máximo o correspondente a 10%. Ou seja, alguém que tem 43% só vota o equivalente a 10%. Qual a base legal para isso? É um recurso público que está ali... Ao nosso ver ele (o modelo) é ilegal, e tudo aquilo que é ilegal tem que ser questionado", acrescentou.
Na entrevista à emissora, Rui Costa voltou a criticar o atual patamar da taxa básica de juros --de 13,75% ao ano-- e disse que isso está travando o crescimento da economia. De acordo com o chefe da Casa Civil, a indicação de Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária do BC ajudará em uma "reflexão melhor" da autoridade monetária.
"O que está faltando para o Brasil acelerar seu crescimento? É ter juros mais baixos", avaliou.
"É importante botar jovens talentosos, muito capazes, como é o Gabriel no Banco Central para ele ajudar a uma reflexão melhor do Banco Central e que possamos chegar a um juros que se compare ao resto do mundo."
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)