CAIRO/MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, inauguraram nesta terça-feira, por meio transmissão de vídeo, a construção de uma nova unidade na usina nuclear egípcia de Dabaa, à medida que Moscou avança em suas ambições nucleares globais.
A usina está sendo construída pela empresa estatal russa Rosatom a um custo estimado de 30 bilhões de dólares e consistirá em quatro unidades de energia com uma capacidade combinada de 4,8 gigawatts.
Os dois presidentes estavam inaugurando a construção da quarta e última unidade, de acordo com a mídia estatal egípcia.
"A cooperação entre nossos dois países continua e está se desenvolvendo. O Egito é nosso amigo íntimo e um parceiro estratégico", disse Putin.
O Egito, que enfrenta uma demanda crescente de energia de uma população de 105 milhões de habitantes, está buscando diversificar suas fontes de energias e se posicionar como um centro regional de energia que exporta eletricidade para os países vizinhos.
Desde que Sisi se tornou presidente em 2014, o país desenvolveu uma capacidade excedente de geração de eletricidade, mas vem enfrentando cortes de energia desde o último verão, depois que ondas de calor aumentaram a demanda por refrigeração.
A produção de gás natural usado para a geração de energia também vem caindo, e o Egito recorreu à queima de óleo combustível mais poluente em algumas usinas de energia ao tentar manter as exportações de GNL -- uma importante fonte de moeda estrangeira.
"A introdução da energia nuclear na matriz energética... é crucial para atender à crescente demanda por energia elétrica", disse Sisi.
Os dois governos assinaram um acordo em 2015 para que a Rússia construísse uma usina nuclear no Egito, com a Rússia concedendo um empréstimo ao Egito para cobrir o custo da construção.
A Rússia também está ajudando a implementar projetos para construir o projeto de energia nuclear de Kudankulam no Estado indiano de Tamil Nadu, no sul do país, bem como a usina nuclear de Paks, na Hungria, e a primeira usina nuclear da Turquia, em Akkuyu.
A corporação nuclear estatal russa Rosatom também atua na China e em Bangladesh.
(Reportagem da Reuters)