Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 23.10.2025, 08:25
© Reuters

Investing.com - Os índices futuros das ações dos EUA buscam direção, com foco em balanços corporativos e tensões comerciais. No âmbito corporativo, os resultados da Tesla ficaram abaixo das estimativas no terceiro trimestre, pressionando as ações do grupo de carros elétricos no after-hours. Já a fabricante de chips Intel será um dos destaques da agenda diária de resultados corporativos.

No mercado de commodities, o petróleo dispara após os EUA anunciarem novas sanções contra grandes produtoras russas, enquanto, no Brasil, o presidente do banco central volta a reforçar sua preocupação com as expectativas de inflação.

1. Futuros sem direção em Wall Street

Os contratos futuros das bolsas americanas mostravam movimentos mistos nesta quinta-feira (23), com investidores avaliando uma nova rodada de resultados corporativos e acompanhando os desdobramentos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Às 6h55 (horário de Brasília), o futuro do Dow Jones caía 36 pontos (0,1%), o do S&P 500 subia 11 pontos (0,2%) e o do Nasdaq 100 avançava 66 pontos (0,3%).

Na véspera, os principais índices de Wall Street encerraram em queda, pressionados por resultados decepcionantes da Netflix, cujas ações despencaram mais de 10% após divulgação de margem operacional abaixo do esperado, reacendendo dúvidas sobre o nível de sua valorização. Já a Texas Instruments apresentou projeções fracas de receita e lucro, o que levou a uma queda de 5,6% no papel.

Apesar de alguns balanços abaixo das previsões, a temporada de resultados do terceiro trimestre tem mostrado sinais positivos: cerca de 86% das companhias que já divulgaram números superaram as estimativas de mercado. Segundo a LSEG, o lucro agregado do S&P 500 deve crescer 9,3% em relação ao mesmo período de 2024.

Os investidores também observam com atenção os sinais diplomáticos entre Washington e Pequim. O presidente Donald Trump declarou na quarta-feira que espera fechar acordos com o líder chinês Xi Jinping, em um encontro que pode ocorrer na Coreia do Sul na próxima semana.

2. Tesla decepciona com balanço trimestral

As ações da Tesla recuaram mais de 3% nas negociações estendidas após a montadora de veículos elétricos divulgar lucro abaixo das estimativas. O aumento nas vendas foi ofuscado por custos mais altos, em um momento em que a companhia se prepara para desaceleração da demanda nos EUA com o fim de um crédito fiscal de US$ 7.500 para compradores de veículos elétricos.

No terceiro trimestre, a Tesla registrou lucro ajustado por ação de US$ 0,50 e receita de US$ 28,1 bilhões, frente às projeções de US$ 0,54 e US$ 26,22 bilhões, respectivamente.

As entregas totalizaram 497.098 unidades, alta de 7% em relação ao mesmo trimestre de 2024, impulsionadas por consumidores que buscaram antecipar a compra antes da expiração do incentivo fiscal. Contudo, o ganho foi compensado por aumento de despesas operacionais.

A margem bruta excluindo créditos ficou em 17%, praticamente estável em relação ao ano anterior.

Segundo Thomas Monteiro, analista sênior da Investing.com, “as margens sofreram impacto das tarifas, tanto por elevar os custos de materiais quanto por exigir ajustes mais complexos de estoque — tradicionalmente um dos pontos fortes da Tesla.”

3. Intel divulga resultados após o fechamento

O destaque da agenda corporativa de hoje é a Intel, que apresentará seu balanço após o fechamento dos mercados.

As ações da companhia vêm se recuperando nas últimas semanas, impulsionadas por novos aportes de capital — incluindo investimentos da Nvidia e do grupo japonês SoftBank. Em agosto, Trump anunciou que os EUA adquiririam uma participação de 10% na Intel, mesmo após ter pedido publicamente a renúncia do CEO Lip-Bu Tan por supostos conflitos de interesse.

Apesar das iniciativas para revitalizar os negócios, o cenário de curto prazo segue desafiador. A Intel enfrenta dificuldades para acompanhar o avanço de rivais como Nvidia e Advanced Micro Devices, especialmente na corrida por soluções de inteligência artificial. Seu braço de fabricação de chips por contrato, foco de pesados investimentos, ainda opera em desvantagem frente à líder global TSMC.

Para o terceiro trimestre, o mercado projeta resultados próximos do ponto de equilíbrio, com queda estimada de 1,2% na receita, para US$ 13,12 bilhões, impactada pela fraqueza das divisões de data centers e IA.

4. Trump anuncia novas sanções contra petrolíferas russas

O presidente Donald Trump anunciou sanções contra as maiores produtoras de petróleo da Rússia, Lukoil e Rosneft, citando “a falta de compromisso de Moscou com um processo de paz que encerre a guerra na Ucrânia.”

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que as empresas “financiam a máquina de guerra do Kremlin” e ressaltou que o governo americano está preparado para adotar novas medidas se necessário.

A decisão representa uma mudança na política externa dos EUA, já que Trump vinha evitando impor sanções diretas à Rússia durante o segundo mandato.

As restrições podem afetar parte relevante da oferta global de petróleo, reduzindo temores de excesso de produção. O movimento elevou os preços internacionais da commodity e impulsionou as ações das grandes empresas de energia na Europa.

No momento da redação, os contratos futuros do Brent avançavam 3,3%, para US$ 64,67 o barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) subia 3,5%, a US$ 60,50 o barril.

5. Galípolo preocupado com a inflação

O presidente do banco central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta que a instituição está “bastante incomodada” com a inflação e as expectativas acima da meta, reforçando que a política monetária permanecerá restritiva por um período prolongado.

Durante um evento na Indonésia, ele destacou que o processo de desinflação segue em curso, mas ainda insuficiente para garantir o cumprimento da meta de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual. A mais recente pesquisa Focus projeta o IPCA em 4,7% em 2025, sem convergência ao centro da meta até 2028.

O BC manteve a Selic em 15% e indicou que os juros continuarão elevados para assegurar a convergência da inflação, em um contexto de crescimento moderado, baixo desemprego e preços ainda acima do objetivo oficial. (Com Reuters).

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