Por Alexandra Alper e Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - O governo Trump está prestes a adicionar a maior fabricante chinesa de chips, SMIC (HK:0981), e a estatal produtora de petróleo e gás em águas profundas CNOOC (HK:0883) a uma lista proibida de supostas empresas militares da China, de acordo com fontes e um documento, restringindo seu acesso a investidores dos Estados Unidos e agravando as tensões com Pequim semanas antes de o presidente eleito, Joe Biden, tomar posse.
No início deste mês, a Reuters noticiou que o Departamento de Defesa dos EUA (DoD) estava planejando designar mais quatro empresas chinesas como controladas ou de propriedade dos militares da China, elevando para 35 o número de companhias afetadas do país asiático. Um decreto recente do presidente dos EUA, Donald Trump, proibiria os investidores norte-americanos de comprar títulos das empresas listadas a partir do final do ano que vem.
Não ficou claro de imediato quando a nova divisão será publicada no equivalente ao Diário Oficial dos EUA, mas a lista inclui a China Construction Technology Co Ltd e a China International Engineering Consulting Corp, além da Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC) e da China National Offshore Oil Corp (CNOOC), segundo o documento e três fontes.
A SMIC disse que continua "a tratar construtiva e abertamente com o governo dos EUA" e que seus produtos e serviços são somente para uso civil e comercial. "A empresa não tem relação com os militares chineses e não fabrica para nenhum usuário ou uso final militar".
A filial da CNOOC listada na bolsa de valores, cujas ações caíram quase 14% após a reportagem da Reuters, disse em um comunicado à bolsa que inquiriu a empresa-mãe e soube que esta não recebeu nenhuma notificação formal das autoridades norte-americanas relevantes.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, disse em resposta a uma pergunta a respeito da manobra planejada por Washington que seu país espera que os EUA não criem barreiras e obstáculos para a cooperação e discriminem empresas chinesas.
O DoD e a embaixada da China em Washington não responderam de imediato a um pedido de comentário.
A SMIC, que depende muito de equipamentos de fornecedores norte-americanos, já estava na mira de Washington. Em setembro, o Departamento de Comércio dos EUA informou algumas empresas que elas precisam obter uma licença antes de fornecer bens e serviços à SMIC por ter concluído que existe um "risco inaceitável" de equipamentos fornecidos a esta serem usados para fins militares.
(Reportagem adicional de Mike Stone em Washington, Josh Horwitz em Xangai, Muyu Xu e Cate Cadell em Pequim)