Trump diz que só reduzirá tarifas se países concordarem em abrir mercados aos EUA
Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia está caminhando para um acordo comercial com os Estados Unidos que resultaria em uma tarifa de 15% sobre os produtos da UE importados para os EUA, evitando uma taxa mais severa de 30% prevista para ser implementada a partir de 1º de agosto, disseram dois diplomatas europeus nesta quarta-feira.
A tarifa, que também poderia se estender aos automóveis, refletiria o acordo que os Estados Unidos firmaram com o Japão.
Autoridades da Comissão Europeia, que negocia acordos comerciais em nome do bloco de 27 países, informaram os enviados da UE sobre a situação das negociações com funcionários norte-americanos. No entanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, tomará a decisão final sobre o acordo.
De acordo com as linhas gerais do possível acordo, a alíquota de 15% poderia ser aplicada a setores que incluem automóveis e produtos farmacêuticos e não será somada às taxas norte-americanas de longa data, que são, em média, de pouco menos de 5%.
Também pode haver concessões para setores como aeronaves, madeira e alguns medicamentos e produtos agrícolas, que não sofreriam tarifas, disseram os diplomatas.
Washington, no entanto, não parece disposto a reduzir sua atual tarifa de 50% sobre o aço, afirmaram.
A Comissão afirmou mais cedo nesta quarta-feira que seu foco principal é alcançar um resultado negociado para evitar as tarifas de 30%.
Ao mesmo tempo, planeja apresentar contratarifas no valor de 93 bilhões de euros em produtos norte-americanos aos membros da UE para aprovação. Uma votação deve acontecer na quinta-feira, embora nenhuma medida seja imposta até 7 de agosto.
A Alemanha apoiou o fato de a UE estar preparando contramedidas, disse um representante do governo.
Se as tarifas de 30% de Trump forem implementadas, os diplomatas da UE também disseram que há um amplo apoio entre os governos europeus para ativar as chamadas medidas "anticoerção", que permitiriam que o bloco vise os serviços dos EUA e outros setores.
A UE parece estar seguindo os passos do Japão, cujo acordo com os Estados Unidos é o mais significativo que Trump fechou desde que lançou sua ofensiva tarifária em abril.
Uma característica de destaque desse acordo é que a mesma taxa de 15% se aplica aos carros, em comparação com a atual tarifa dos EUA de 27,5%, algo que a UE pode querer para suas próprias exportações de automóveis.
(Reportagem adicional de Josephine Mason)