🚀 Ações escolhidas por IA em alta. PRFT com alta de +55% em 16 dias. Não perca as ações de junho!Acessar lista completa

Volta de fluxos de portfólio é "peça que falta" para tendência de apreciação do real, diz UBS

Publicado 10.09.2020, 16:44
Atualizado 10.09.2020, 17:40
© Reuters. (Blank Headline Received)
DX
-

SÃO PAULO (Reuters) - A continuidade do retorno de fluxos de portfólio ao Brasil é a "peça que falta no quebra-cabeça" que pode colocar o real em uma tendência de apreciação, avaliou o UBS em nota a clientes divulgada nesta quinta-feira, na qual o banco trouxe outros elementos já em curso favoráveis à moeda brasileira.

Para profissionais da instituição suíça, a volta desse dinheiro acontecerá no caso de o país apresentar nos próximos meses um "claro pano para consolidação fiscal de médio prazo", que seria sinalizado pela aprovação do Orçamento 2021.

O UBS projeta que o dólar terminará 2020 em 4,95 reais, descendo a 4,6 reais ao final de 2021. Essas estimativas embutem queda nominal da moeda de 6,8% até o fim deste ano e de 13,4% até o encerramento de 2021.

Os prognósticos mostram ainda expectativa de desvalorização de 7,1% do dólar ao longo de 2021, após disparada de 23,4% em 2020 comparando-se o número do UBS com a cotação de 30 de dezembro de 2019 da Refinitiv (4,0129 reais).

O dólar era cotado nesta quinta em torno de 5,31 reais, disparando 32,3% em 2020, o que faz do real a moeda relevante de pior desempenho neste ano.

Para o UBS, "crescentes" riscos fiscais e saídas de recursos em carteira têm tido importante peso na magnitude da depreciação cambial em 2020 (de 24,4%).

Entre fevereiro e maio, o Brasil perdeu 34,992 bilhões de dólares em investimentos em carteira (renda fixa mais ações), conforme dados do Banco Central. Em junho e julho houve alguma recuperação, com superávit somado de 3,023 bilhões de dólares, mas ainda menos de 10% do montante perdido nos quatro meses anteriores.

Porém, os profissionais do UBS veem um "caminho para o real se estabilizar".

"Melhora na dinâmica das transações correntes, superávit no balanço de pagamentos perto de máximas históricas, impulso para reformas fiscais e recuperação do crescimento poderiam amenizar a saída de recursos de portfólio () e diminuir parte do desvio negativo recorde do real em relação a seu valor justo", disseram Tony Volpon, Roque Montero e Fabio Ramos em nota.

De acordo com o UBS, pelo modelo BEER de taxa de câmbio de equilíbrio --que leva em conta spreads de juros nominais, inflação, termos de troca e investimentos, por exemplo--, o real está 14% abaixo do valor justo, com z-score (desvio) negativo de 2,8.

Para o UBS, o "provável" fim do ciclo de flexibilização monetária do Banco Central retira um vento contrário ao real. Porém, a moeda continuará tendo eventuais ganhos limitados por baixas taxas implícitas de juros --de 1% contra o dólar.

"O próximo evento-chave para os mercados será a situação do teto de gastos no próximo ano", disseram os profissionais, para quem o prêmio de risco embutido no câmbio indica que o mercado vê descumprimento da regra em 2021, mas que o noticiário sobre o Orçamento poderia pesar no câmbio já no curto prazo.

Nesse sentido, o UBS vê as eleições municipais de novembro como o "primeiro teste" do governo antes da eleição presidencial de 2022. "Um resultado negativo para o governo poderia lançar mais dúvidas sobre a agenda de reformas e elevar a volatilidade do mercado", afirmaram Volpon, Montero e Ramos.

Mas eles esperam que o Banco Central siga ativo no mercado de câmbio. Segundo os profissionais, o BC já atuou cerca de 20 vezes neste ano --com duas das últimas cinco intervenções em volumes superiores a 1 bilhão de dólares em momentos nos quais o dólar oscilava em torno de 5,6 reais e a volatilidade estava perto de 22%.

"(Esperamos) que o BC acelere a atuação se o real depreciar de forma desordenada", disseram.

No estudo do UBS, o banco notou uma aparente perda de aderência entre o comportamento do real e do dólar nos mercados externos.

© Reuters. (Blank Headline Received)

Pelos padrões anteriores, no atual patamar do índice do dólar, a moeda dos EUA deveria estar mais próxima de 4,00 reais. "Podemos estar vendo uma mudança estrutural nessa relação estatística historicamente forte, mas por ora estamos assumindo que ela se manifestará conforme o risco político-fiscal diminuir."

(Por José de Castro)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.