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FRANKFURT (Reuters) - A barra para outro corte na taxa de juros pelo Banco Central Europeu é "muito alta", uma vez que a economia da zona do euro está melhor do que o esperado, apesar da incerteza sobre o comércio, disse a membro do BCE Isabel Schnabel em uma entrevista divulgada nesta sexta-feira.
Depois de reduzir pela metade sua taxa de juros em apenas um ano, o BCE sinalizou que agora permanecerá em pausa e verá como a economia lidará com uma guerra comercial global latente, estimulada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Schnabel expressou uma clara preferência por manter os juros estáveis, uma vez que a inflação está ancorada na meta de 2% do BCE, a economia da zona do euro está se mostrando resiliente e mais gastos do governo na Alemanha estão melhorando as perspectivas.
"A projeção é de que a inflação fique em 2% e as expectativas de inflação estão bem ancoradas", disse Schnabel à agência Econostream. "Em vista disso, nossa taxa de juros também está em uma boa posição, e a barra para outro corte de juros é muito alta."
O BCE reduziu sua taxa de juros para 2% no mês passado - um nível que, segundo Schnabel, está "se tornando acomodatício". A faixa oficial do BCE para a taxa neutra, que não é nem acomodatícia nem restritiva, é de 1,75% a 2,25%.
Ela disse que só apoiará um corte se vierem "sinais de um desvio significativo da inflação" em relação a 2% e falou contra o "ajuste fino" da taxa em resposta a dados como as oscilações nos preços do petróleo.
Em um tom diferente de alguns de seus pares, Schnabel minimizou a recente força da taxa de câmbio do euro, dizendo que seu "repasse" para a inflação será limitado e reflete uma perspectiva econômica melhor.
"Parece que a incerteza está pesando menos sobre a atividade econômica do que pensávamos e, além disso, esperamos um grande impulso fiscal que dará mais apoio à economia", disse ela. "Portanto, de modo geral, os riscos para as perspectivas de crescimento na zona do euro estão agora mais equilibrados."
Ela argumentou que as tarifas se mostrarão inflacionárias no médio prazo devido aos custos mais altos e às cadeias de oferta menos eficientes, "o que não estão incluído em nossos modelos de projeção padrão".
(Reportagem de Francesco Canepa)