Dólar sobe mais de 1% no Brasil após ameaça tarifária de Trump

Publicado 07.07.2025, 17:10
Atualizado 07.07.2025, 17:35
© Reuters. Funcionária conta notas de dólar em casa de câmbio em Jacarta, Indonésian09/04/2025nREUTERS/Willy Kurniawan

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a segunda-feira com alta superior a 1% no Brasil, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante as divisas de emergentes e exportadores de commodities no exterior, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas a países do Brics com políticas “antiamericanas”.

O dólar à vista fechou em alta de 1,04%, aos R$5,4809. No ano, porém, a moeda acumula baixa de 11,30%.

Às 17h13 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido -- subia 1,05%, aos R$5,5115.

No domingo, em uma declaração conjunta na abertura da cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o grupo alertou que o "aumento indiscriminado de tarifas" ameaça o comércio global. O Brasil é um dos membros fundadores do Brics.

Horas depois, Trump postou a ameaça na rede social Truth Social: "Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics terá de pagar uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado por sua atenção a esse assunto!".

Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira as declarações de Trump e classificou como "irresponsável" sua postura de ameaçar países por redes sociais.

"Eu acho que nem deveria comentar, porque não é responsável e sério um presidente da República, de um país do tamanho dos Estados Unidos, ficar ameaçando o mundo através da internet", disse Lula ao ser questionado sobre a declaração de Trump. “O mundo mudou, não queremos imperador. Somos países soberanos. Se ele acha que pode taxar, os países têm o direito de taxar também. Existe a lei da reciprocidade.”

As ameaças de Trump aos membros do Brics surgem pouco antes de 9 de julho -- prazo estabelecido pelo governo dos EUA para negociações sobre o tema com outros países.

As tensões em torno da questão tarifária deram força ao dólar ante boa parte das divisas de países integrantes do Brics, como o real, o rand sul-africano, a rupia indiana, o peso mexicano e a rupia indonésia.

No Brasil, após marcar a cotação mínima de R$5,4214 (-0,06%) às 9h00, na abertura, o dólar à vista saltou para a máxima de R$5,4849 (+1,11%) às 14h00, para depois fechar perto deste nível.

“Com um ambiente externo adverso vindo das incertezas das políticas tarifárias, em conjunto com fatores técnicos locais que indicam posições sobrevendidas no dólar, a divisa volta a negociar próximo do patamar de R$5,50”, pontuou no fim da tarde Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

No exterior, a divisa dos EUA também se mantinha no território positivo. Às 17h11, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,58%, a 97,531.

Na manhã desta segunda-feira, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.

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